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Esquerda boicota diretor de teatro por apoiar Bolsonaro

Roberto Alvim afirmou que sua "carreira praticamente acabou"

Jade Nunes - 12/06/2019 14h36

Diretor de teatro Roberto Alvim Foto: Reprodução

O diretor de teatro Roberto Alvim relatou que a sua carreira praticamente acabou após declarar apoio ao presidente Jair Bolsonaro. A afirmação foi feita ao Gazeta do Povo.

– Estou aqui no meio dos escombros do teatro (chamado Companhia Club Noir, localizado na rua Augusta, em São Paulo), porque a gente está fazendo a mudança, tirando equipamentos de luz, som, cadeiras, tudo. Estou fechando meu teatro no dia 25. Hoje, a minha carreira praticamente acabou por conta do meu apoio ao presidente Jair Bolsonaro e por conta da minha admiração declarada ao professor Olavo de Carvalho – contou.

Alvim nasceu no Rio de Janeiro, tem 46 anos e dirige peças teatrais desde os 18. Antes esquerdista, o diretor se tornou de direita conservadora após passar por um problema de saúde.

– Tive um problema de saúde muito sério, descobri um tumor no intestino. Até fazer a biópsia, eu me considerava condenado à morte. Esse tumor na verdade era benigno, mas estava causando uma série de problemas, e eu estava muito mal. Até que um dia, chegando em casa depois de uma noite no hospital, a babá do meu filho, que era evangélica, pediu para fazer uma oração. Falei para ela sair do meu quarto. Como todo intelectual, eu era ateu convicto. Mas a minha mulher falou, “deixa ela fazer a oração, mal não fará”. E ela colocou a mão na minha cabeça e começou a orar. E eu senti uma energia, uma luz. Eu levantei da cama, no dia seguinte fui para o hospital, o tumor tinha praticamente desaparecido. Foi um milagre – relembra.

Depois dessa experiência, Alvim começou a frequentar a Igreja Católica diariamente.

– Tive uma série de epifanias, de iluminações. Me tornei cristão convicto, na minha vida hoje há a misericórdia de Nosso Senhor Jesus Cristo, diretamente. Comecei a fazer cursos de teologia com o padre Paulo Ricardo. E mergulhei de cabeça nos escritos do professor Olavo de Carvalho.

Alvim fez uma declaração pública de apoio ao presidente após Bolsonaro sofrer o atentado durante campanha no ano passado.

– Quando houve a facada no candidato Bolsonaro, eu fiquei tão chocado que me pronunciei publicamente em redes sociais. Foi na véspera da estreia do Drácula, uma peça com Cacá Carvalho, no Centro Cultural Banco do Brasil, aqui em São Paulo. E a peça estreou no dia seguinte sem o Cacá Carvalho falar comigo. Era um monólogo, e meu ator não falava mais comigo. O pessoal da classe teatral, meus amigos de décadas, deram as costas para mim no foyer (onde os espectadores aguardam o início de uma apresentação) do teatro. Eu estendi a mão para uma pessoa célebre aqui em São Paulo e ela virou a cara diante da minha mão estendida. Eu passava e as pessoas falavam: “fascista!”.

Sobre o futuro, Alvim diz que não sabe como será e que está “começando do zero”.

– Não sei o que vou fazer com essa carreira de mais de cem espetáculos, montados no Brasil inteiro e em sete países do mundo. Estou à espera de um milagre, à espera de que alguma coisa aconteça para me dar munição, estrutura, para que um teatro alinhado aos valores conservadores, ao desvelamento da complexidade da condição humana, ao amor aos clássicos, aos mestres do passado, uma arte alinhada consiga ser erigida no Brasil dentro do campo do teatro a partir de agora. Não conheço os caminhos de Deus, mas sei que, se tudo isso está acontecendo, é porque tem um propósito. Tenho fé de que esse propósito vai se revelar em breve para mim. Não acredito que eu tenha tido uma segunda chance na vida para naufragar no vazio.

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