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Empresas anunciam fábrica de vacina contra a Covid no RJ

Grandes corporações investiram R$ 100 milhões na construção

Gabriela Doria - 07/08/2020 21h35

Brasil garante fábrica de vacinas contra a Covid-19 Foto: Agência Brasil/Acácio Pinheiro

Um grupo de empresas brasileiras anunciou a doação de R$ 100 milhões para a construção de um laboratório de controle de qualidade e adequação do parque fabril do instituto Bio-Manguinhos, da Fiocruz, para a produção da vacina contra a Covid-19. A expectativa é de que a infraestrutura esteja pronta até o começo de 2021.

Compõe o grupo Ambev, Americanas, Itaú Unibanco (Todos pela Saúde), Stone, Instituto Votorantim, Fundação Lemann, Fundação Brava e a Behring Family Foundation.

Parte dos integrantes do grupo também apoiará a construção de uma fábrica similar no Instituto Butantan, em São Paulo.

– A vacina é fundamental para que as pessoas voltem à sua vida normal, esse é nosso principal interesse. A atividade econômica é decorrência disso, mas o mais importante é ajudar o país a voltar a ter a vida social que sempre teve – afirma Mauricio Soufen, vice-presidente de excelência cervejeira e produção da Ambev.

Segundo o executivo, a decisão da Ambev de participar na doação à Fiocruz partiu da constatação de que o país não tinha capacidade para produzir a vacina em escala industrial.

– Há uns três meses começamos a olhar para um horizonte mais amplo de como o país ia sair da crise e ficou muito claro para nós naquele momento que a capacidade de produzir a vacina em escala industrial era fundamental. Descobrimos que o país não tinha essa capacidade, então nos aproximamos da Fiocruz e desenvolvemos a parceria com as outras empresas – afirma.

Conforme as companhias, em comunicado, a primeira fase da iniciativa é a construção de um laboratório de controle de qualidade para a realização dos testes desde a primeira fase de incorporação do imunizante pelo instituto Bio-Manguinhos, com o recebimento de 100 milhões de doses do ingrediente farmacêutico ativo (IFA) para processamento final, dentro de um acordo de encomenda tecnológica respaldado pelo governo.

A vacina que será produzida na unidade é a que está sendo desenvolvida pela Universidade de Oxford, junto ao laboratório farmacêutico britânico AstraZeneca. O projeto se encontra na fase III de testes no Brasil e outros países, como África do Sul, Reino Unido e Estados Unidos. A expectativa é de que a vacina tenha a submissão do seu dossiê de registro à agência regulatória nacional ainda neste ano.

Além disso, o grupo vai investir na adequação do parque fabril do instituto Bio-Manguinho e na aquisição dos equipamentos necessários.

– Quando concluídos todos os investimentos, o Bio-Manguinhos terá também capacidade para produzir outras vacinas no futuro, incluindo outros tipos contra a Covid-19 que sejam aprovados – afirmam as empresas doadoras.

A Ambev será corresponsável, junto com a Fiocruz, pela gestão e execução do projeto, sob supervisão técnica do Bio-Manguinhos. O escritório Barbosa, Mussnich e Aragão Advogados atuará como consultor jurídico do projeto, de maneira gratuita. Um comitê composto pela empresas e fundações será formado para acompanhar o andamento das obras e aquisições dos equipamentos.

– As duas iniciativas, inovadoras ao unir esforços dos setores público e privado, lideradas por brasileiros de ponta a ponta, trarão ao Brasil uma autonomia inédita para o abastecimento de vacinas contra a Covid-19, e serão também as primeiras fábricas capazes de produzir este tipo de vacina na América do Sul – afirmam as empresas, no comunicado.

Conforme Soufen, da Ambev, as empresas doadoras não terão nenhuma contrapartida pelo apoio, como prioridade de acesso às vacinas.

– Todas as vacinas serão disponibilizadas pela Fiocruz e Ministério da Saúde à população brasileira. Ter a autonomia de produzir a vacina no Brasil é muito importante e isso ficará como um legado, a Fiocruz poderá utilizar as instalações para a produção de outras vacinas – declarou.

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