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Em duro artigo, Garcia expõe os interesses dos índios acampados

Jornalista fez análise dos verdadeiros interesses por trás do 'marco temporal'

Pleno.News - 02/09/2021 13h21 | atualizado em 02/09/2021 13h42

Alexandre Garcia fez análise do movimento de indígenas em Brasília Foto: Reprodução CNN Brasil

O jornalista Alexandre Garcia recentemente dedicou um artigo no jornal Gazeta do Povo para expor o movimento dos indígenas que acampam no Distrito Federal para acompanhar a votação do chamado “marco temporal sobre terras indígenas”, que está em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Após suspensões, a votação será retomada pelos ministros nesta quinta (2).

Em seu artigo, Garcia aponta o que pôde observar do acampamento e destacou a organização da manifestação supostamente improvisada.

– Em primeiro lugar, eu passei pelo acampamento dos índios na sexta-feira (27), no dia [em] que eles puseram fogo na frente do Palácio do Planalto, e vi uma quantidade enorme de ônibus estacionados. Não eram ônibus eventualmente parados lá; estavam à disposição dos índios. As centenas de barracas eram uniformes, como se tivessem feito uma licitação para comprá-las; além disso, todo mundo se alimentou durante o período que estiveram lá – relatou.

O jornalista também questionou quem estaria bancando o movimento, dada a sua organização, disponibilidade de recursos materiais e de capacidade de manifestação.

– Fica a pergunta: quem está sustentando isso? Porque o pessoal não estava trabalhando, e muitos ainda ficaram por lá. A segunda pergunta é: como eles conseguiram material para produzir aquela fumaça preta ao pé da rampa do Palácio do Planalto? Aliás, num momento que o presidente estava em Goiânia – apontou.

Em seguida, o jornalista trata de explicar o que, de fato, está sendo julgado no STF e as consequências, na prática, caso os ministros reconheçam o que é reivindicado pelos indígenas.

– Esse caso é de Santa Catarina, de uma reserva, que foi demarcada em 1965, de 14 mil hectares. De repente, estão aumentando a reserva para 37 mil hectares. Isso iria desalojar cinco mil pessoas, cerca de mil famílias de pequenos agricultores que têm escritura dos terrenos desde 1902. E qual é a base para essa disputa? O artigo 231 da Constituição, que diz que as terras são “indígenas” quando ocupadas tradicionalmente por eles, ancestralmente. É óbvio que “ocupadas” a partir da data quando foi promulgada a Constituição, em 5 de outubro de 1988 – explicou.

Para Garcia, “se a maioria do STF decidir que as ocupações após o ano de 1988 valham, aí vai ser um horror”. O jornalista diz ainda que, desta forma “os índios podem ocupar terra para o resto da vida, até expulsar todo mundo para seus continentes de origem: África, Ásia e Europa”.

O comunicador finaliza o texto citando os ex-ministro Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que, mesmo sendo de esquerda, atribui o interesse no marco temporal às ONGs, e não aos índios.

– Aldo Rebelo, que era do PCdoB, e foi ministro em várias pastas durante o governo do PT – ou seja, é insuspeito para opinar nesse assunto – falou que isso é interesse das ONGs, e não dos índios. Essas ONGs disseminam ódio entre índios e não índios, os dois lados igualmente brasileiros. Isso é crime de lesa-pátria. E alguém está financiando a manifestação dos índios para tentar atemorizar o STF – disparou.

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