Paulo Moura - 20/10/2022 11h51 | atualizado em 20/10/2022 12h55

Com as decisões recentes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o presidente Jair Bolsonaro (PL) perdeu quase metade das inserções na propaganda eleitoral de TV a que teria direito até o fim das eleições. As perdas são decorrentes de decisões que concederam direito de resposta ao ex-presidente Lula (PT) nos horários que pertenceriam a Bolsonaro.

No total, o líder perdeu 184 inserções na televisão após decisões dos ministros Paulo de Tarso Sanseverino e Maria Claudia Bucchianeri nesta quarta-feira (19). Desde o início da campanha eleitoral, foi a primeira vez que o TSE atendeu a pedidos desse tipo. Bolsonaro, por outro lado, recebeu 14 inserções para rebater as peças do PT que o associavam ao ato de canibalismo.

Além dos direitos de resposta na TV, o TSE também concedeu 42 inserções em rádio como direito de resposta a Lula contra Bolsonaro. Com isso, o petista recebeu, até esta quinta (20), 226 inserções para responder peças do atual presidente, enquanto Bolsonaro ficou com apenas 14.

De acordo com estimativas de pessoas envolvidas na campanha de Bolsonaro, o presidente teria 400 inserções em TV nos próximos oito dias. Com isso, após os direitos de resposta, o total cairia para 216.

Em uma das decisões, o ministro Paulo de Tarso Sanseverino puniu o atual presidente com a veiculação de 20 inserções de direito de resposta de Lula no rádio e na TV. A ação foi movida pela campanha petista contra propagandas de Bolsonaro nas quais Lula era chamado de “ladrão” e “corrupto”. Sanseverino considerou que o conteúdo tem “atribuições ofensivas”.

– É fato notório a existência de decisões condenatórias e da prisão do candidato Luiz Inácio Lula da Silva, assim como é de conhecimento geral da população que as referidas condenações foram anuladas pelo Supremo Tribunal Federal – afirmou.

A ministra Maria Claudia Bucchianeri, por sua vez, aprovou, em conjunto, seis pedidos de resposta feitos pela campanha de Lula. A integrante do TSE ressaltou que, como tem sido vencida pelo Plenário em suas decisões, nas quais defende uma “interferência mínima” no debate público, ela se submeteria “ao olhar do Colegiado” ao conceder o direito de resposta.

No total, Bucchianeri concedeu 164 inserções a Lula na TV divididas em três blocos de horários diferentes: 38 minutos na faixa das 5h às 11h; 32 minutos e 30 segundos na faixa das 11h às 18h; e 11 minutos e 30 segundos na faixa das 18h às 0h. A ministra também foi a responsável por conceder 42 direitos de resposta a Lula no rádio.

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