Rio: Abstenção supera votos de Paes e bate recorde em 24 anos
Mais de 1 milhão e 720 mil pessoas não compareceram às urnas no segundo turno
Thamirys Andrade - 30/11/2020 12h43 | atualizado em 30/11/2020 13h19
O novo prefeito Eduardo Paes (DEM) foi eleito neste domingo (29) com um número de votos menor que o índice de abstenções. 35,45% eleitores não compareceram às urnas no segundo turno, o que corresponde a mais de 1 milhão e 720 mil pessoas contra 1 milhão e 629 mil do vencedor. Eduardo Paes angariou 33,6% dos votos totais, e 64,07% dos votos válidos.
A quantidade de abstenções corresponde também a pouco menos que o dobro dos eleitores do atual prefeito, Marcelo Crivella (Republicanos), que recebeu 913.700 votos (35,93%).
No primeiro turno, o Rio de Janeiro já tinha batido um recorde, com a maior porcentagem desde 1996. Na ocasião, a cidade foi a segunda capital com a maior quantidade de abstenções (32,79%), atrás apenas de Porto Alegre (33,08%).
Antes das eleições de 2020, o maior índice havia sido em 2016, quando as abstenções superaram o número de eleitores de Marcelo Freixo (PSOL). Na ocasião, o candidato perdeu com 1.163.662 votos.
Quando questionado sobre o alto número de pessoas que não foram votar no Brasil (30%), o vice-presidente Hamilton Mourão disse que acredita que o fato se deve à pandemia, mas defendeu que o voto obrigatório deve ser repensado.
– É uma abstenção alta. Nos últimos anos ela já vinha [crescendo], acredito que aumentou por causa da pandemia. Há algum tempo já se discute a questão do voto obrigatório aqui no Brasil. Quando você vê que tem gente que foi eleito com menos votos que os brancos, nulos e abstenções, isso é algo que a gente tem que pensar – afirmou nesta segunda-feira (30).
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