Irregularidades nas campanhas chegam a R$ 60 milhões, diz TSE
Candidatos chegaram a declarar como doadores até pessoas mortas
Paulo Moura - 21/11/2020 10h01 | atualizado em 21/11/2020 10h57
Os indícios de irregularidades no primeiro turno das eleições municipais deste ano alcançaram a marca de R$ 60,4 milhões, entre doações e pagamentos de serviços, aponta o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Entre as inconsistências identificadas estão quinze pessoas que, mesmo mortas – com nome incluído no Sistema de Controle de Óbitos -, doaram um total de R$ 19.587,40 para candidatos de todo o País.
Segundo o levantamento feito pelo TSE, foram registradas 9.068 doações de pessoas sem emprego formal, que somaram a elevada cifra de R$ 33,7 milhões.
O levantamento ainda encontrou 1.981 doadores que possuem renda incompatível com a quantia repassada – essas pessoas teriam doado um valor total superior a R$ 17 milhões.
O relatório do TSE também identificou um total de 1.227 pessoas que efetuaram doações de R$ 573 mil, mesmo estando inscritas em programas sociais.
Um universo de 1.502 fornecedores sem registro na Receita Federal ou na junta comercial ganharam R$ 2,7 milhões por serviços prestados a candidatos.
Os técnicos ainda constaram que 925 fornecedores de campanha possuem relação de parentesco com o candidato ou o vice, recebendo mais de R$ 1,6 milhão. Além disso, 1.289 fornecedores de campanhas eleitorais possuem em seu quadro de sócios beneficiários do programa Bolsa Família.
O tribunal mapeou os dados a partir de informações coletadas pela Receita Federal, Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Tribunal de Contas da União (TCU), Defensoria Pública Federal e o Ministério da Cidadania.
De acordo com o TSE, os números levantados foram encaminhados a tribunais e cartórios eleitorais como “informação de inteligência e direcionamento da fiscalização de contas”.
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