Ataque hacker ao TSE acessou dados de 2020 de servidores
Polícia Federal acreditava que criminosos tinham acessado apenas informações antigas
Gabriela Doria - 19/11/2020 16h07 | atualizado em 19/11/2020 16h10

A Polícia Federal concluiu que o ataque hacker sofrido pelo Tribunal Superior Eleitoral neste ano conseguiu obter dados de 2020 de servidores do TSE, e não apenas de anos anteriores, como se acreditava. A investigação teve a colaboração do tribunal. A informação é da coluna de Ancelmo Gois, do jornal O Globo.
Segundo a apuração, os dados acessados traziam informações pessoais de funcionários antigos e atuais da Justiça Eleitoral, além de ex-ministros.
A PF acredita que o ataque aconteceu antes de 1º de setembro, mas os dados só foram expostos no último dia 15, data do 1º turno da eleição municipal. Já na ocasião, o TSE afirmou que se tratava de um ataque antigo.
A polícia identificou que o ataque partiu de Portugal. Autoridades avaliam que se trata de uma maneira de tentar pôr em dúvida a segurança do processo eleitoral brasileiro.
Ainda no dia das eleições, houve um outro ataque ao site do TSE, este sem sucesso. A polícia rastreou que a origem desta tentativa partiu do Brasil, dos Estados Unidos e da Nova Zelândia.
No dia seguinte ao 1º turno, o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do TSE, atribuiu a ação a “milícias digitais”.
– Ao mesmo tempo em que houve o ataque, milícias digitais entraram em ação. Há suspeita de articulação de grupos extremistas que se empenham em desacreditar eleições, clamam pela volta da ditadura e muitos deles são investigados pelo STF – disse Barroso.
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