Presidenciáveis falam sobre ética, aborto e feminicídio
Candidatos participaram do quarto debate eleitoral na televisão
Camille Dornelles - 21/09/2018 10h37 | atualizado em 21/09/2018 14h35
Na noite desta quinta-feira (20), sete presidenciáveis participaram de um debate promovido pela TV Aparecida. O encontro, o quarto destas eleições, foi organizado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e visou perguntas pertinentes ao interesse cristão.
Estavam presentes Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT), Fernando Haddad (PT), Henrique Meirelles (MDB), Geraldo Alckmin (PSDB), Alvaro Dias (Podemos) e Guilherme Boulos (PSOL). O candidato Jair Bolsonaro (PSL) foi convidado, mas não pode comparecer por estar internado.
Eles responderam perguntas sobre saúde, emprego, reforma política, violência contra a mulher, trabalho infantil, desigualdades, ética e combate à corrupção, ética e aborto. No entanto, os presidenciáveis se mostraram comedidos e evitando polêmicas.
ÉTICA
Os presentes tiveram que responder, em suas apresentações, sobre como restaurar o caminho da ética e fortalecer a democracia.
– A questão ética é fundamental porque combater a corrupção é melhorar a imagem do Brasil no exterior – declarou Alvaro Dias.
– Eu vejo essa questão da ética na política, a partir de dois pontos de vista: o primeiro, fortalecer todas as instituições que combatem a corrupção. Um segundo aspecto da ética na política é favorecer os mais pobres – disse Fernando Haddad.
– Palavras sem testemunho não representam nada – rebateu Ciro Gomes, em referência a Haddad.
ABORTO
Meirelles disse ser contra a descriminalização, mas afirmou que defende a causa cristã de pedir a proibição.
– Não se pode radicalizar o tema. Por outro lado, eu defendo com muito vigor o direito das igrejas de defenderem a sua fé, defenderem os seus valores, e acho que não pode haver restrição nisso. A igreja defende os seus valores, tem as suas escolas, podem inclusive nas suas escolas, na minha visão, ensinar religião, e também dentro do princípio da liberdade, dentro do princípio da liberdade de opinião – declarou.
FEMINICÍDIO
Marina Silva falou sobre feminicídio e declarou que as mulheres são vítimas “de todo e qualquer tipo de violência” no Brasil. Ela defendeu ampliar o trabalho das creches como parte das plataformas direcionadas às mulheres.
– Nós vamos fazer com que as mulheres possam voltar a trabalhar e estudar oferecendo 2 milhões de vagas em creches para que possam deixar os seus filhos. Vamos estimular o empreendedorismo para as mulheres, para que possam desenvolver os seus negócios. E vamos criar uma rede de proteção com as delegacias especializadas das mulheres, de atendimento a violência contra a mulher – declarou.
TENSÃO ENTRE ALVARO DIAS E HADDAD
Haddad se concentrou em falar de propostas econômicas e afirmou que irá “fixar imposto de valor agregado a todos os outros tributos”. Seu objetivo seria diminuir a carga tributária paga pela população mais pobre.
No entanto, foi criticado por todos os outros candidatos, que falaram sobre corrupção e desordem na economia brasileira. Houve tensão entre o petista e Alvaro Dias, quando falaram sobre propostas para o fortalecimento das famílias. Dias declarou que Haddad é “porta-voz da tragédia e do caos”.
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