Joaquim Barbosa surpreende e declara voto em Haddad
Anúncio foi feito na véspera do segundo turno pelo Twitter
Camille Dornelles - 27/10/2018 13h59 | atualizado em 27/10/2018 14h19
Na véspera do segundo turno das eleições, neste sábado (27), o ex-presidente do Superior Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa declarou voto em Fernando Haddad (PT). O anúncio foi feito através do perfil oficial do Twitter do magistrado aposentado.
– Votar é fazer uma escolha racional. Eu, por exemplo, sopesei os aspectos positivos e os negativos dos dois candidatos que restam na disputa. Pela primeira vez em 32 anos de exercício do direito de voto, um candidato me inspira medo. Por isso, votarei em Fernando Haddad – declarou.
Votar é fazer uma escolha racional. Eu, por exemplo, sopesei os aspectos positivos e os negativos dos dois candidatos que restam na disputa. Pela primeira vez em 32 anos de exercício do direito de voto, um candidato me inspira medo. Por isso, votarei em Fernando Haddad.
— Joaquim Barbosa (@joaquimboficial) October 27, 2018
A decisão surpreendeu. Não apenas pelo silêncio de Barbosa até então sobre corridas presidenciais, mas também por já ter elogiado publicamente o adversário de Haddad, Jair Bolsonaro (PSL).
O candidato do PSL comentou a decisão de Barbosa afirmando que “já está na história que ele mesmo disse que só Bolsonaro não foi comprado pelo PT no esquema de corrupção conhecido como Mensalão”.
Em suas redes sociais, Joaquim barbosa divulga voto em Haddad, mas já está na história que ele mesmo disse que só Bolsonaro não foi comprado pelo PT no esquema de corrupção conhecido como Mensalão, que feria gravamente a democracia do nosso país anulando o Poder Legislativo. pic.twitter.com/79dRHsvGwH
— Jair Bolsonaro 1️⃣7️⃣ (@jairbolsonaro) October 27, 2018
DENÚNCIAS AO PT
Barbosa foi o responsável, entre os anos de 2006 a 2011, pela relatoria de denúncias envolvendo o esquema corrupto do Mensalão. Ele defendeu a aceitação das denúncias do então Procurador-Geral da República, Antonio Fernando de Souza, contra 40 políticos.
Nas 112 votações que o tribunal realizou durante o julgamento, o voto de Barbosa, como relator do processo, foi seguido pelo de seus pares em todas as ocasiões – e, em 96 delas, por unanimidade. Barbosa também chegou a dizer que o PT havia dominado o STF.
O núcleo central do esquema eram os petistas José Dirceu, o ex-presidente do partido José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares e o ex- secretário-geral Silvio Pereira.