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Defesa atribui atentado contra Bolsonaro a “discurso de ódio”

Adelio Bispo de Oliveira confessou ser o autor do crime

Jade Nunes - 08/09/2018 12h51

Os advogados do agressor de Bolsonaro Foto: Reprodução/Band

Os advogados do autor confesso do atentado contra o candidato presidencial Jair Bolsonaro (PSL), esfaqueado nesta quinta-feira (6) durante um comício em Juiz de Fora, atribuíram nesta sexta (7) o crime a uma reação ao “discurso de ódio” apregoado pelo deputado.

– O discurso de ódio do candidato foi o que desencadeou essa atitude extrema de nosso cliente – afirmou Zanone Manoel de Oliveira, um dos quatro advogados que representaram Adelio Bispo de Oliveira, preso em flagrante pelo atentado e que confessou ser o autor, em sua primeira audiência diante de uma juíza.

De acordo com o defensor, um dos motivos do crime foram as referências pejorativas contra os afro-brasileiros no discurso de Bolsonaro, já que seu cliente se identifica como negro.

O capitão da reserva do exército sofreu graves ferimentos no atentado, dos quais se recupera em um hospital de São Paulo para o qual foi transferido nesta sexta-feira.

O deputado responde atualmente a um julgamento por apologia ao estupro no Supremo Tribunal Federal, que também deverá decidir se aceita outras denúncias que lhe acusam de usar “expressões discriminatórias e que incitam ao ódio”.

A acusação se baseia em umas afirmações de Bolsonaro do final do ano passado nas quais disse que tinha visitado uma comunidade de quilombolas, sobre quem afirmou, entre outras coisas, que “já nem servem pra procriar”.

Em sua argumentação diante da juíza Patricia Alencar, que ordenou a reclusão do acusado em um presídio federal de alta segurança, os advogados disseram que seu cliente praticou um ato solitário e sem nenhuma motivação partidária.

Os advogados anunciaram ainda que pedirão um exame de saúde mental de seu cliente, já que a própria polícia admite que Oliveira pode ter problemas psicológicos, depois de que a juíza aceitou a denúncia pelo crime de “atentado pessoal por inconformismo político”, previsto na Lei de Segurança Nacional, uma legislação de exceção.

O deputado foi esfaqueado quando era carregado nos ombros no meio de uma multidão em uma rua de Juiz de Fora.

Bolsonaro foi submetido a uma delicada operação na própria cidade mineira, depois que, segundo seus médicos, chegou ao hospital em estado muito grave e correndo risco de morte.

O candidato foi transferido nesta sexta em um avião particular a São Paulo, onde foi internado no Albert Einstein, um dos hospitais mais prestigiados de América Latina e onde deverá permanecer internado entre uma semana e dez dias, segundo seus médicos.

*Com informações da Agência EFE

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