Com pastores, Haddad diz que defende valores da família
Candidato se reuniu com lideranças evangélicas contrárias a Bolsonaro
Camille Dornelles - 17/10/2018 12h52 | atualizado em 17/10/2018 13h23
O candidato à Presidência da República Fernando Haddad (PT) se reuniu, nesta quarta-feira (17), com líderes evangélicos. Em um evento aberto no centro de conferências de um hotel na capital paulista, ele falou a pastores que seu governo e seu partido “defenderão os valores da família”.
Ao final, Haddad fez um pronunciamento declarando que o governo deve garantir a liberdade de todas as religiões. E que “não faz sentido” a Igreja abrir mão da liberdade que ela mesma conquistou, como uma alfinetada aos líderes religiosos que declararam apoio a Jair Bolsonaro (PSL).
– Nós vamos virar a chave e começar um processo de negação de tudo aquilo de bom que a gente conquistou? Que as igrejas conquistaram? Tem gente que acha que o Estado laico vira as costas para a religião. É o contrário. É o que permite a liberdade de culto a todas as religiões. Cabe ao Estado um ambiente de harmonia para que todos vivam em paz – declarou Haddad.
LIDERANÇAS PRESENTES
Entre os presentes estavam os pastores Ariovaldo Ramos, que já visitou Lula na prisão, Henrique Vieira, filiado ao PSOL, e Lusmarina Garcia, da Igreja Luterana, e a recém-eleita deputada estadual Mônica Francisco, da Comunidade Apostólica Gileade. Outros líderes da Igreja Anglicana e da Igreja Metodista também falaram.
Eles defenderam o ex-presidente Lula e as reformas feitas pelo PT. O pastor Henrique Vieira (PSOL) entregou um documento com as assinaturas dos líderes presentes como forma de apoio a Haddad.
A reunião com lideranças evangélicas aconteceu no mesmo dia em que Bolsonaro se reuniu com o líder católico dom Orani Tempesta. Na ocasião, o militar assinou um compromisso de proteger os “valores da família” e proibir o aborto e a legalização das drogas.
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