CNBB passa 10 instruções aos fiéis sobre como votar
Bispos afirmam que é preciso ter consciência e não aceitar troca de favores e benefícios
Jade Nunes - 27/03/2018 12h11
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) Regional Centro-Oeste divulgou na última sexta-feira (23) um documento aos fiéis com 10 diretrizes para as eleições em 2018.
– Que o eleitor procure votar com consciência sem aceitar troca de favores e benefícios por voto. Compra e venda de votos são atos de corrupção. Votar, não para agradar alguém, nem se baseando em pesquisas de opinião, mas na convicção sobre o caráter do candidato e a atuação de seu partido – diz a mensagem.
O recado foi escrito por três bispos do Regional Centro-Oeste: Dom Messias dos Reis Silveira, presidente e bispo de Uruaçu; Dom João Wilk, vice-presidente e bispo de Anápolis; e Dom Levi Bonatto, secretário e bispo auxiliar de Goiânia.
Leia as instruções passadas aos fiéis:
1. É proibida a propaganda eleitoral no interior das igrejas, como também discursos e comícios, sob o risco de se incorrer nas penalidades previstas na legislação eleitoral;
2. Procure-se conhecer os candidatos e suas propostas, exigindo deles um compromisso ético;
3. Que os candidatos defendam os valores cristãos, por exemplo, no que diz respeito à vida e à família, o direito dos pais de educarem seus filhos na prática da fé e dos costumes, e rejeitem todo tipo de ideologia contrária ao direito natural e à doutrina e moral da Igreja;
4. Que, uma vez candidatos, os fiéis leigos não instrumentalizem sua liderança na ação evangelizadora da Igreja. Continua presente o salutar ensinamento da Igreja de que os sacerdotes estão excluídos da possibilidade de serem candidatos;
5. Que haja clareza sobre a origem e o uso de verbas para a campanha eleitoral;
6. Que sejam avaliados o histórico do candidato, sua coragem de combater a corrupção e a consciência de administrar os bens públicos;
7. Que o eleitor procure votar com consciência sem aceitar troca de favores e beneficias por voto. Compra e venda de votos são atos de corrupção. Votar, não para agradar alguém, nem se baseando em pesquisas de opinião, mas na convicção sobre o caráter do candidato e a atuação de seu partido;
8. Não anular voto e nem votar em branco;
9. É possível promover encontros com candidatos de partidos diversos, moderados por um membro da comunidade eclesial, visando conhecer suas propostas;
10. Evitar o desânimo e valorizar o voto como oportunidade de alcançar as mudanças necessárias. Neste momento político de eleições presidenciais, de governadores, deputados e senadores incentive-se cada vez mais a participação social e política dos cristãos leigos e leigas, nos diversos níveis e instituições, promovendo-se formação permanente e ações concretas.
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