Camille Dornelles - 07/06/2018 11h33

Depois de 11 dias de duração da greve dos caminhoneiros, surgiram alguns boatos sobre o comprometimento de produtos. Entre eles, a carne. Mensagens enviadas pelo WhatsApp afirmam que é preciso evitar o consumo de carne porque ela estragou dentro dos veículos.

Durante a greve, agentes da Vigilância Sanitária apreenderam 600 quilos de carne de porco imprópria para consumo dentro de um caminhão sem refrigeração. A carga foi incinerada e emitida multa de R$ 500 a R$ 10 mil para a empresa de transporte.

O caso levantou suspeitas sobre a procedência do produto. O risco de que os estabelecimentos iriam “maquiar” a carne estragada para poder comercializá-la, no entanto, foi desmentido pela Associação Brasileira dos Frigoríficos (Abrafigo).

– É impossível a carne ser colocada à venda se estiver deteriorada. Deu problema na validade ou descongelou, é descartada, não tem como comercializar. Existe um alarmismo muito grande em torno dessa história. Os caminhões deram as cargas como perdidas. O que está vindo ao consumidor agora é tudo carga nova – declarou a Abrafigo.

USO DE PRODUTOS QUÍMICOS
Uma das mensagens divulgadas fala sobre o uso de formol, soda cáustica, vinagre ou corante para retirar o aspecto de carne apodrecida. O químico Rogério Aparecido Machado, professor da Universidade Presbiteriana, afirma que é impossível retirar o aspecto podre.

– A soda cáustica decompõe qualquer coisa, não tem sentido. E o formol tem um cheio muito forte, não tem como disfarçar. De modo geral, não tem o que fazer depois que apodreceu. Não adianta congelar, não volta a ser o que era e fica até pior – afirmou.

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