Dodge diz que delações premiadas precisam de provas
Procuradora-geral da República disse que continua negociando acordos, mas que exige o cumprimento dos termos
Henrique Gimenes - 16/03/2018 15h10
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou, nesta sexta-feira (16), que continua negociando acordos de delação premiada, mas que é importante exigir provas do colaboradores. A declaração foi dada durante um encontro em Porto Alegre para celebrar os quatro anos de operação Lava Jato.
Raquel Dodge informou que há 134 acordos de delação premiada aguardando homologação no Supremo Tribunal Federal (STF) até o momento. Para a procuradora, é essencial que os termos dos acordos sejam cumpridos.
– Considero que tão importante quanto desvendar crimes por meio de colaborações premiadas é cumprir os termos da colaboração, exigir que os colabores entreguem provas e tenho feito isso. Exigir dos colaboradores que não apenas prestem declaração culpando terceiros, mas apresentem claramente os indícios do que afirmam – ressaltou.
A procuradora também fez um balanço da operação, que gerou cerca de 4,6 mil manifestações no Supremo e prevê recuperar R$ 2,7 bilhões. Dodge afirmou ainda que mais de 100 pessoas respondem a ações no STF. De acordo com ela, a Lava Jato vai continuar trabalhando contra a corrupção no Brasil.
– O que queremos todos os que estão em Porto Alegre hoje é manter acesa a vontade de continuar trabalhando contra a corrupção no Brasil e promovendo a punição dos responsáveis, mas também promovendo a reparação do dano e promovendo indenizações que são devidas ao estado em razão dessa corrupção e dos recursos públicos que foram apropriados – apontou.
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