Leia também:
X Tabata Amaral se defende por ter contratado namorado

DJ apontado como hacker nega invasão a celulares

Polícia Federal acredita que ele é um dos que invadiu celular de Moro e autoridades

Gabriela Doria - 24/07/2019 14h18 | atualizado em 24/07/2019 14h34

DJ Gustavo Henrique Elias Santos é apontado como um dos hacker que invadiram celular de Sergio Moro Foto: Reprodução

Um dos presos pela Polícia Federal nesta terça-feira (23) sob suspeita de ter hackeado celulares como o do ministro Sergio Moro, o DJ Gustavo Henrique Elias Santos, de 28 anos, disse a seu advogado que um amigo também preso mostrou a ele mensagens de autoridades obtidas ilicitamente.

Elias Santos e sua mulher, Suelen Oliveira, também presa, negaram ao advogado qualquer participação no ataque hacker a celulares de autoridades, como de Moro e do procurador Deltan Dallagnol. O amigo preso que teria mostrado o celular a ele é Walter Delgatti Neto.

– O próprio Vermelho [apelido de Delgatti Neto] mostrou algumas coisas para ele [Santos], e ele se assustou e falou: ‘Meu, cuidado com isso aí porque pode dar problema’. Na verdade, ele não acreditou naquilo, mas, pelo que foi narrado, mostraram algo para ele a respeito disso [invasão do celular de Moro] – disse o advogado Ariovaldo Moreira.

O depoimento do casal Elias Santos e Suelen Oliveira está previsto para a tarde desta quarta (24). Os dois estão detidos numa cela de passagem da PF localizada no aeroporto de Brasília, onde passaram a noite.

Além de Elias Santos, Suelen e Delgatti Neto, o quarto preso é Danilo Cristiano Marques, segundo confirmaram à Folha de S.Paulo pessoas com acesso à investigação.

Todos são naturais de Araraquara (SP), mas viviam ultimamente em cidades diferentes. Segundo a PF, os mandados de prisão foram cumpridos nas cidades de São Paulo, Araraquara e Ribeirão Preto (SP).

Segundo o advogado de Elias Santos, na casa dele foram apreendidos objetos pessoais, celular e uma quantia em dinheiro proveniente de negócios com Bitcoins. O advogado do casal se queixou que eles demoraram a ter autorização para ligar para a defesa e viajaram de São Paulo a Brasília algemados.

– [Elias Santos] tentou falar comigo a todo o tempo, da casa dele até a PF de São Paulo, e a todo momento: ‘cala a boca, você aqui não tem direito a nada’. Foi essa frase que ele me falou – disse o advogado Moreira.

A Folha de S.Paulo apurou que a PF chegou aos suspeitos por meio da perícia criminal federal que conseguiu rastrear os sinais do ataque aos telefones. Para investigadores, o grau de capacidade técnica dos hackers não era alto.

A investigação, segundo a reportagem apurou, ainda não conseguiu estabelecer com exatidão se o grupo investigado em São Paulo tem ligação com o pacote de mensagens privadas dos procuradores da Lava Jato obtido pelo site The Intercept Brasil.

O inquérito em curso foi aberto em Brasília para apurar, inicialmente, o ataque a aparelhos de Moro, do juiz federal Abel Gomes, relator da Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), do juiz federal no Rio Flávio Lucas e dos delegados da PF em São Paulo Rafael Fernandes e Flávio Reis.

Segundo investigadores, a apuração mostrou que o celular de Deltan Dallagnol também foi alvo do grupo. O caso de autoridades da Lava Jato em Curitiba está sendo tratado em inquérito aberto pela Polícia Federal no Paraná.

ENTENDA A OPERAÇÃO
Nesta terça (23), quatro pessoas foram presas sob suspeita de hackear telefones de autoridades, incluindo Moro e Deltan. Foram cumpridas 11 ordens judiciais, das quais 7 de busca e apreensão e 4 de prisão temporária nas cidades de São Paulo, Araraquara (SP) e Ribeirão Preto (SP). Os quatro presos foram transferidos para Brasília, onde prestariam depoimento à PF.

A investigação ainda não conseguiu estabelecer com exatidão se o grupo sob investigação em São Paulo tem ligação com o pacote de mensagens. Também não há provas de que os diálogos, enviados ao Intercept por fonte anônima, foram obtidos a partir de ataque hacker.

O inquérito em curso foi aberto em Brasília para apurar, inicialmente, o ataque a aparelhos de Moro, do juiz federal Abel Gomes, relator da Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), do juiz federal no Rio Flávio Lucas e dos delegados da PF em São Paulo Rafael Fernandes e Flávio Reis. Segundo investigadores, a apuração mostrou que o celular de Deltan também foi alvo do grupo.

Segundo o ministro Sergio Moro afirmou ao Senado, em 4 de junho, por volta das 18h, seu próprio número lhe telefonou três vezes. Para a Polícia Federal, os invasores não roubaram dados do aparelho. De acordo com o Intercept, não há ligação entre as mensagens e o ataque, visto que o pacote de conversas já estava com o site quando ocorreu a invasão.

*Folhapress

Leia também1 Jean Wyllys acusa Polícia Federal de "fabricar hacker"
2 Hacker que teria invadido celular de Moro já foi preso
3 Prisão de suspeito de hackear celulares surpreende família

Siga-nos nas nossas redes!
WhatsApp
Entre e receba as notícias do dia
Entrar no Canal
Telegram Entre e receba as notícias do dia Entrar no Grupo
O autor da mensagem, e não o Pleno.News, é o responsável pelo comentário.