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Demissões na Globo: Clima de desespero se espalha no Projac

Lista com futuros demitidos chegou a circular entre funcionários

Gabriela Doria - 07/11/2019 21h54

Rede Globo faturou menos com o governo Bolsonaro Foto: Reprodução

As frequentes demissões em massa e a perda de nomes de peso estão fazendo os funcionários da Rede Globo perderem o sono. Após as saídas de pessoas como Otaviano Costa e de dezenas de jornalistas, que receberam propostas melhores, o clima que ficou é de que ninguém está seguro.

Além dos famosos, os cortes quase semanais de centenas de funcionários vêm preocupando os trabalhadores do Projac, chegando ao ponto de circular internamente uma suposta lista de nomes de funcionários que estariam prestes a serem desligados. Especula-se que o número possa mais do que dobrar em breve.

O corte drástico de custos tem uma razão: a queda na arrecadação com os anúncios. Exemplo disso foi o boicote promovido pelo empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan, que suspendeu a veiculação de anúncios na emissora alegando “divergência ideológica”.

Com menos receita, a maneira encontrada para economizar foi cortar na folha de pagamento, inclusive as dos salários mais altos. Para isso, a emissora decidiu mudar a forma de contratação de Pessoa Jurídica para CLT, com carteira assinada. A mudança significaria uma redução de mais 50% dos ganhos e muitos não aceitaram, caso de Otaviano Costa.

Também com a queda na receita, tornou-se mais pesado manter grandes estúdios e estruturas, além de nomes de peso. Por isto também, a Globo passou a remunerar figuras ilustres, famosas e anônimas, por cada obra trabalhada, sem participação em lucros da empresa.

As apostas da Globo agora recaem em seu serviço de streaming, o Globo Play. O diferencial, se comparado à Netflix ou à Amazon Prime, é que a Globo disponibiliza noticiários, esportes e novelas, esta última seu carro-chefe. Ainda assim, o desafio mostra-se imenso, avaliam os diretores.

Ao clima tenso, somam-se as pesadas críticas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro, que desde as eleições trava embates com emissora da família Marinho, além de outros veículos. A “guerra” do presidente com o clã tornou-se ainda mais evidente após veiculação de reportagem, no Jornal Nacional, em que Bolsonaro é citado no caso que investiga as mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

Procurada pela revista Veja para comentar sobre a perda de anunciantes e as demissões em massa, a emissor se limitou a dizer que não comenta “questões internas” e que “Todas as grandes empresas modernas passam por processos na busca de eficiência e evolução constante e, nesse contexto, é natural que se façam ajustes. Na Globo não é diferente”.

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