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Demissão de Bruna Torlay pode envolver a Receita Federal

Comentarista foi desligada da Jovem Pan News

Monique Mello - 09/02/2022 13h54 | atualizado em 09/02/2022 14h38

Bruna Torlay integrava o programa 3 em 1 Foto: Reprodução/Jovem Pan News

O público da Jovem Pan News foi pego de surpresa com a demissão da comentarista Bruna Torlay, nesta segunda-feira (7). De acordo com a própria Bruna, ela também foi surpreendida. No entanto, o motivo do desligamento não foi anunciado por nenhuma das partes.

De acordo com o Notícias da TV, a analista de política foi demitida por pressão interna da emissora, após acusar agentes da Receita Federal de corrupção. Bruna foi processada pelo Sindifisco (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil) e pela Unafisco (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil) por conta dos comentários feitos no programa 3 em 1, em 22 de dezembro.

As consequências dos comentários críticos de Bruna teriam emergido apenas neste mês. Na ocasião, a pauta do programa era o pedido de demissão coletiva de agentes da Receita Federal após a categoria ficar sem reajuste salarial, enquanto o presidente Jair Bolsonaro havia concedido aumento para membros da Polícia Federal.

– É só o setor público que vive nesse planeta mágico e encantador em ano de pandemia, discutindo um bilhão pra cá, um bilhão pra lá, Bruna? – questionou Paulo Mathias, apresentador do programa.

– Paulo, que observação pertinente, porque é esse o mundo que a gente tem que ver. A gente ainda tem que comentar [sobre] o orgulho ferido dos auditores da Receita Federal, sendo que a Receita é aquela que apresentou esse ano a pior proposta de reforma tributária que a gente poderia ter tido no Brasil – disse a comentarista, para introduzir às críticas que viriam a seguir.

– Reforma tributária com a cara do pessoal da Receita Federal. Ainda bem que não foi aprovada lá. Ela nada mais foi do que um malabarismo pra manter a arrecadação. A Receita Federal tá preocupada com isso. E muitas vezes a malha fina é usada como pretexto para corrupção […] Muitos agentes da Receita, quando a pessoa cai na malha fina, eles ficam esperando a pessoa trazer um “presente” para eles fingirem que não viram aquela sonegação. É assim que funciona a Receita Federal. Então, os auditores deveriam estar mais preocupados com a instituição em que eles atuam do que ficarem ofendidos que uma categoria ia receber aumento e a outra não – disparou Bruna.

Em 26 de janeiro, a juíza Luciana Piovesan, da 27ª Vara Criminal da Barra Funda (SP), havia definido um prazo de dez dias para que a comentarista apresentasse explicações acerca de suas falas. A Jovem Pan também foi cobrada.

Ao ser questionada sobre o desligamento da funcionária, a emissora respondeu que não comenta assuntos internos.

Confira a fala completa da comentarista:

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