Henrique Gimenes - 31/01/2019 21h51 | atualizado em 01/02/2019 13h14

Em vídeo publicado nesta quarta-feira (30), a indígena Ysani Kalapalo comentou uma reportagem da Época sobre a filha da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, Kajutiti Lulu Kamayurá. Nas imagens, ela diz que a equipe da revista, que pertence à Globo, entrou de forma ilegal na aldeia, já que eles não tinham autorização.

Ela também apresenta o depoimento de Kanhú, uma outra indígena da tribo. No vídeo, a jovem afirma que a reportagem é cheia de distorções ao dizer que a ministra Damares sequestrou crianças.

– Não se deixem levar por essas postagens distorcidas, venham procurar pessoas que realmente trabalham com isso, venham procurar a gente para que possamos contar nossa verdadeira história. Eu sou uma sobrevivente e quero contar minha história, não quero que achem que a Damares ou a Ysani foram lá e me sequestraram, eu tô aqui porque meus pais pediram ajuda, eu quero ajudar o meu povo e outras crianças indígenas que estão passando por isso – explicou.

A reportagem, publicada nesta quinta, traz depoimentos de membros da aldeia Kamayurá, que fica no centro da reserva indígena do Xingu, no norte de Mato Grosso. Os indígenas afirmam que Lulu foi retirada irregularmente da tribo aos 6 anos de idade. A jovem agora está com 20 anos.

Em nota, a ministra Damares Alves disse que Lulu “saiu com total anuência de todos e acompanhada de tios, primos e irmãos para tratamento ortodôntico, em processo de desnutrição e desidratação. Também veio a Brasília estudar”.

A ministra explicou também que, “como não se trata de um processo de adoção, e sim um vínculo socioafetivo, os requisitos citados pela reportagem não se aplicam. Ela nunca deixou de conviver com os parentes, que ainda moram em Brasília”.

Ysani Kalapalo ainda diz que a intenção das publicações é destruir o atual governo.

– Essas reportagens querem dizer que a ministra Damares Alves sequestrava crianças indígenas, mas não. Ela salvou vidas. E salvou muitas. Antes de fazer uma reportagem como essa, mídia lixo, pegue depoimentos dos sobreviventes. Eu sei que a intenção de vocês é destruir o governo atual, mas não é na mentira que vão conseguir, porque já estamos cientes disso – ressaltou.

A revista Época respondeu às acusações feitas pela indígena na própria matéria. De acordo com a publicação, a equipe de reportagem possuía permissão concedida por Kumaré Txicão, coordenador regional da Funai no Parque do Xingu, no dia 22 de janeiro.

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