Dallagnol comenta supostos acordos da Lava Jato com EUA
O ex-procurador esclarece uma reportagem do UOL e cobra que jornalistas chequem sempre a veracidade dos fatos
Leiliane Lopes - 20/07/2023 16h03 | atualizado em 20/07/2023 16h48

O ex-procurador Deltan Dallagnol comentou uma reportagem que supõe um acordo entre a Operação Lava Jato e autoridades dos Estados Unidos. O objetivo do trato seria dividir o dinheiro cobrado da Petrobras em multas e penalidades por causa da corrupção.
A matéria publicada pelo UOL, em parceria com a newsletter A Grande Guerra, afirma que a negociação não envolveu a Controladoria-Geral da União (CGU) e foi tramada por conversas em aplicativos de mensagens entre procuradores brasileiros e suíços.
Pelas redes sociais, Dallagnol emitiu uma declaração oficial, dizendo que faltou apuração e contexto dos fatos por parte dos jornalistas que escrevem reportagens baseadas em mensagens roubadas por hackers na chamada Vaza Jato.
– O acordo entre MPF e Petrobras teve por objeto direitos difusos, o que, de modo contrário ao que supõe o jornalista, é de atribuição do MPF e não da CGU, o que é mais uma evidência da falta de apuração e contexto com que os jornalistas têm abordado os assuntos tratados nas supostas mensagens – escreveu o ex-procurador.
Dallagnol também disse que os procuradores da Lava Jato não reconhecem as mensagens que foram obtidas de forma ilegal e, portanto, sem autenticidade.
LEIA NA ÍNTEGRA:
1. Negociações de acordos sempre foram tratadas de modo confidencial por várias razões de interesse público, que incluíam preservar os interesses da investigação e da recuperação de ativos, assim como promover, na forma e tempo apropriado de acordo com a lei das sociedades anônimas, a divulgação de informações ao mercado.
2. O acordo entre MPF e Petrobras teve por objeto direitos difusos, o que, de modo contrário ao que supõe o jornalista, é de atribuição do MPF e não da CGU, o que é mais uma evidência da falta de apuração e contexto com que os jornalistas têm abordado os assuntos tratados nas supostas mensagens.
3. Os procuradores da Lava Jato não reconhecem as supostas mensagens obtidas mediante crimes, sem autenticidade atestada e usadas sem critérios éticos por diversos jornalistas, que têm divulgado atividades legítimas de funcionários públicos de modo deturpado, sem apuração adequada do contexto e fechando os olhos para a gravidade dos crimes contra direitos fundamentais praticados por hackers.
1. Negociações de acordos sempre foram tratadas de modo confidencial por várias razões de interesse público, que incluíam preservar os interesses da investigação e da recuperação de ativos, assim como promover, na forma e tempo apropriado de acordo com a lei das sociedades… https://t.co/I4oDFI8X4I
— Deltan Dallagnol (@deltanmd) July 20, 2023
Leia também1 The Chosen consegue permissão para não aderir à greve de atores
2 Polícia em Roma recebe imagens de suposta agressão a Moraes
3 Deputado do PT ataca mulheres ao criticar prefeito do PSDB
4 Cuba vai prender por até 5 anos quem fugir do serviço militar
5 Johnson & Johnson pagará R$ 90 milhões a homem com câncer