Crítica do STF, juíza Ludmila Lins Grilo é afastada pelo CNJ
Conselho Nacional de Justiça também abriu dois processos disciplinares contra a magistrada
Paulo Moura - 15/02/2023 09h25 | atualizado em 15/02/2023 12h28

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu, nesta terça-feira (14), dois processos administrativos disciplinares contra a juíza Ludmila Lins Grilo, da Vara Criminal e da Infância e Juventude de Unaí, Minas Gerais, e decidiu afastá-la cautelarmente do cargo até a conclusão dos procedimentos. A decisão foi unânime.
A primeira investigação interna vai apurar se ela violou os deveres funcionais. Uma inspeção na comarca onde ela atua teria apontado supostas faltas sistemáticas ao trabalho presencial. O processo disciplinar foi proposto pelo corregedor Luís Felipe Salomão, que acusou a juíza de “total desleixo” com o trabalho e “imenso desprestígio” com a magistratura.
Ludmila, no entanto, disse ser vítima de um “assassinato de reputação” e de um “estardalhaço midiático”. Em sua defesa, a magistrada afirmou que deixou o expediente presencial e começou a fazer audiências a partir de cidades alternadas, porque passou a sofrer ameaças relacionadas ao trabalho.
– O Gabinete de Segurança Institucional do Tribunal de Justiça expressamente recomendou que o público não tivesse ciência da minha localização física, pois isso implicaria imediato risco de vida – justificou a magistrada.
O segundo processo é sobre manifestações político-partidárias da juíza em entrevistas, eventos e nas redes sociais. O CNJ vai investigar se ela violou o dever de imparcialidade. Outros 20 magistrados estão na mira do conselho pelo mesmo motivo.
Ludmila já fez críticas públicas ao Supremo Tribunal Federal (STF), acusou os ministros de “ativismo judicial” e sugeriu que os membros da Suprema Corte podem ser alvo de impeachment. Ao falar da acusação, a juíza afirmou que os comentários têm relação com sua “atividade intelectual e como professora”.
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