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Crianças de 4 a 12 anos estariam em transição de gênero na USP

Hospital das Clínicas da USP estaria promovendo procedimento em 280 menores de idade

Marcos Melo - 28/05/2023 18h48 | atualizado em 29/05/2023 12h34

Gêneros Foto: Magda Ehlers/Pexels

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) criou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), nesta sexta-feira (26), para investigar denúncias de tratamentos de mudança de sexo para crianças e adolescentes no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.

O requerimento de autoria do deputado Gil Diniz (PL) prevê uma apuração minuciosa sobre o “diagnóstico, acompanhamento e tratamento de menores de idade com suspeita ou diagnóstico de incongruência de gênero” – quando o indivíduo não se identifica com seu sexo biológico -, “ou transgêneros”.

A investigação também abordará a “submissão de crianças e adolescentes a hormonioterapias para transição de gênero”.

No início deste ano, o Hospital das Clínicas da USP divulgou um relatório informando que 280 menores de idade estavam submetidos ao processo de mudança de sexo na unidade, 100 deles eram crianças de 4 a 12 anos, e 180 eram adolescentes de 13 a 17. Paralelamente, há um grupo de 100 adultos fazendo o tratamento para trocar de sexo.

Segundo o deputado requerente, esse tipo de tratamento só foi autorizado em 2019 pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), mas o hospital da USP estaria fazendo tais procedimentos desde 2010, segundo dados do Instituto de Psiquiatria da universidade.

A regulamentação do CFM de 2019 especifica o tratamento hormonal a partir dos 16 anos, e a cirurgia para mudança de sexo só é permitida a partir dos 18 anos. A norma de 2010 liberava a cirurgia de transição apenas para maiores de 21 anos.

O deputado Gil Diniz expressou seu entendimento sobre os procedimentos realizados na USP.

– O que sucede, na verdade, é que o Hospital das Clínicas, a fim de tratar a incongruência de gênero, está submetendo crianças e adolescentes a bloqueios hormonais e hormonoterapias cruzadas, a fim de impedir o desenvolvimento da puberdade nas crianças e a suprimir no paciente a produção dos hormônios endógenos e as características sexuais do seu sexo biológico para induzir características sexuais do sexo oposto – observou.

Parlamentares de esquerda, como Guilherme Cortez (PSOL), são favoráveis ao tratamento e até ao procedimento cirúrgico de transição de gênero – até mesmo em crianças -, e enxergam esta CPI como “uma violência e um retrocesso”. Cortez comentou seu ponto de vista no Twitter, nesta sexta-feira (26).

– (…) Recebi a tarefa de lutar dentro dela (a CPI) contra a transfobia e a criminalização da ciência – disse.

O requerimento para que fosse instaurada a CPI contou com 40 assinaturas. A comissão tem prazo inicial de 120 dias para concluir a investigação. São nove deputados titulares e suplentes.

Os titulares são: Gil Diniz e Tenente Coimbra (PL), Beth Sahão e Professora Bebel (PT), Analice Fernandes (PSDB), Tomé Abduch (Republicanos), Guto Zacarias (União Brasil), Guilherme Cortez (PSOL) e Dr. Elton (PSC).

Com a repercussão do caso, o deputado federal Mário Frias (PL-SP) ingressou com um projeto de lei que prevê a proibição do uso de bloqueadores hormonais que comprometam a puberdade em crianças e adolescentes em processo de redesignação sexual. O senador Magno Malta (PL-ES) quer criminalizar a prática de expor criança ou adolescente à cirurgia ou tratamento de mudança de sexo.

O deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) já começou a colher assinaturas para instaurar uma CPI a fim de investigar hospitais que praticam transição de gênero em menores.

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