Camille Dornelles - 22/08/2018 11h18 | atualizado em 22/08/2018 17h57

Nesta terça-feira (21), o artista Wagner Schwartz (La Bête) e a comunicóloga Ivana Bentes criticaram as manifestações contrárias à exposição Queermuseu – Cartografias da Diferença na Arte Brasileira. Em uma palestra ocorrida no Parque Lage, Rio de Janeiro, eles foram duros: “crença é pior que fake news”.

– O problema nem são as fake news, é a crença, o que a pessoa já tem como certo. Assim, as imagens das obras, por exemplo, só reafirmam aquilo que ela já acha – criticou Ivana Bentes, defensora da exposição.

Em seu discurso, ela avaliou como negativo o fato de alguém ter opiniões formadas sobre o que é pedofilia, zoofilia ou blasfêmia. A mostra Queermuseu é acusada de promovê-las e chegou a ser fechada em Porto Alegre por causa disso.

Schwartz, mais conhecido como o homem nu da polêmica performance no MAM de São Paulo, ainda incitou os presentes contra o que se ensina nas igrejas às crianças, mesmo ele tendo sido criado no meio cristão por sua mãe evangélica, como revelou no evento.

– Estamos muito no papel de vítimas aqui. Por que a gente também não pede uma CPI ou uma investigação da polícia nos cultos? – reclamou.

Os dois também criticaram o Santander Cultural, que decidiu fechar a exposição, além de veículos de comunicação que deram voz aos movimentos contrários. Eles debocharam que discursos de cristãos não eram “tão sofisticados quanto os que se colocam aqui”.

Durante a palestra, eles celebraram a liberação da entrada de crianças e criticaram a ação de políticos de direita como Magno Malta (PR) e Jair Bolsonaro (PSL), a quem se referiram apenas como “aquele dos 20% sem Lula”.

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