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Conhecida como ‘Kátia Motosserra’, Kátia Abreu agora quer preservação

Senadora já foi líder da bancada ruralista e recebeu troféu 'Motosserra de Ouro' do Greenpeace

Pleno.News - 22/04/2021 20h03 | atualizado em 22/04/2021 20h05

Senadora Kátia Abreu é conhecida como ‘Kátia Motosserra’ Foto: Senado Federal/Jefferson Rudy

A senadora Kátia Abreu (PP-TO) disse nesta quinta-feira (22) que o Brasil tem condições de antecipar facilmente em cinco anos – de 2030 para 2025 – a meta de redução pela metade das emissões de gases de efeito estufa. Também adiantou que vai apresentar projeto de lei para antecipar a 2025 o objetivo, fixado atualmente para 2030, de acabar com o desmatamento ilegal.

– Se fizer isso, zerar o desmatamento ilegal, a gente sai da lista dos dez maiores poluidores. Quero que o Brasil saia desse ranking – comentou a senadora, que preside a Comissão de Relações Exteriores do Senado, durante live sobre o papel do Brasil na economia internacional transmitida pela XP Investimentos.

Curiosamente, Kátia Abreu é conhecida por ser um dos nomes mais fortes da indústria agropecuária no Congresso Nacional. Empresária do setor, a senadora já foi líder da bancada ruralista, presidiu a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), e chegou a virar meme, em 2018, ao defender uso de agrotóxicos e menosprezar produtos orgânicos. Por sua atuação ‘anti-preservação’, Kátia foi homenageada com o troféu “Motosserra de Ouro”, oferecido pelo Greenpeace.

Kátia Abreu recebeu o troféu ‘Motosserra de Ouro’, do Greenpeace Foto: Divulgação/Greenpeace

O discurso contra o desmatamento ilegal surge na esteira das cobranças internacionais por mudanças na política ambiental brasileira, ora desprezadas por Kátia. A antecipação da meta de redução da emissão de gases de efeito estufa também pressiona o plano do governo, que havia estipulado o ano de 2030, e não de 2025.

Na avaliação da parlamentar, o Brasil terá maior facilidade do que os Estados Unidos para cortar em 50% a meta de emissões, considerando que a maior economia do mundo, de onde saem cerca de 15% das emissões globais, será obrigada a investir mais e alterar sua matriz energética mais drasticamente do que o Brasil, responsável por 3% das emissões totais.

– Mudar a matriz energética é caríssimo. Estados Unidos vão ter que gastar trilhões de dólares. Para o Brasil, é mais barato. Se os Estados Unidos responsáveis por 15% das emissões pedem para alcançar a meta até 2030, como vamos pedir também 2030 para reduzir metade de 3%? Facilmente poderíamos fazer esse compromisso para 2025 – disse a senadora.

Ela observou ainda que essa antecipação de meta, mostrando forte compromisso do País com a sustentabilidade, fará com que mais mercados comprem produtos brasileiros, assim como aceleraria um acordo com a União Europeia.

– Não estou falando porque quero ser politicamente correta – afirmou.

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