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Com 70% vacinados, Brasil tem janeiro mais mortal desde 2003

Cartórios de registro civil registraram recorde

Pleno.News - 14/02/2022 16h03 | atualizado em 14/02/2022 16h33

Teste de PCR na cidade de São Paulo Foto: EFE/ Sebastião Moreira

Diante do aumento de casos de Covid-19, impulsionado pela Ômicron, o Brasil registrou recorde de mortes notificadas pelos cartórios de registro civil em janeiro deste ano. Foi o primeiro mês do ano mais mortal desde o início da série histórica, em 2003.

Segundo a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-BR), a alta de vítimas de pneumonia ficou em cerca de 70% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Embora tenha sido apontada como menos letal, a nova variante foi responsável por uma explosão de infectados e também já fez aumentar a taxa de óbitos, sobretudo entre não vacinados, idosos e pacientes com comorbidades.

Para a entidade, “a elevação de infectados pela Ômicron e seus diferentes reflexos no organismo humano” podem ser a provável explicação para o recorde. Alguns casos registrados como síndrome respiratória aguda grave são confirmados como pacientes de Covid-19 apenas depois, diante das dificuldades de se obter os resultados dos testes rapidamente.

Em janeiro deste ano, foram registrados, no total, 144.341 óbitos no país, alta de 5% ante o mesmo período do ano passado, quando o balanço foi de 137.431 mortes.

O primeiro mês de 2021, época em que começava a ganhar força a segunda onda da pandemia no Brasil, já havia tido crescimento de 22% nas mortes em relação a janeiro de 2020, ainda antes do início da crise sanitária.

– Os números dos cartórios de registro civil mostram, mais uma vez, em tempo quase que real, o retrato fidedigno do que acontece com a população brasileira – diz Gustavo Renato Fiscarelli, presidente da Arpen/BR, em nota divulgada pela entidade.

Conforme ele destaca, embora haja diminuição clara nos óbitos por Covid-19, na comparação com outras fases mais críticas da pandemia, ainda não se conhecem todos os efeitos das novas variantes, e a Ômicron parece ter puxado a alta de vítimas neste momento.

Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil, base de dados administrada pela Arpen-BR, abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos 7.658 cartórios de registro civil do Brasil – presentes em todos os 5.570 municípios brasileiros -, e cruzados com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que utilizam como base os dados dos próprios cartórios brasileiros.

Em janeiro deste ano, na comparação com o mesmo mês do ano passado, também foi registrado o aumento de mortes por doenças do coração: AVC (20%), enfarte (17%) e causas cardiovasculares inespecíficas (19%).

Também registraram crescimento as mortes por septicemia – infecção no sangue (23%), Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) (9%) e indeterminada (9%). Já os óbitos registrados por Covid-19 tiveram redução de 55% no período.

A entidade alerta ainda que o número de óbitos registrados nos próximos meses de 2022 ainda pode aumentar.

– Assim como [pode aumentar] a variação da média anual e do período, uma vez que os prazos para registros chegam a prever intervalo de até 15 dias entre o falecimento e o lançamento do registro no Portal da Transparência – afirma.

Além disso, alguns estados brasileiros expandiram o prazo legal para comunicação de registros em razão da situação de emergência causada pela Covid-19.

*AE

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