Vereadores repudiam auxílio público a exposição sobre ânus
Mostra inaugurada na Bahia recebeu financiamento do governo estadual
Camille Dornelles - 20/07/2018 11h35 | atualizado em 20/07/2018 12h17
Uma exposição pública em cartaz na Bahia foi alvo de diversas críticas de vereadores da Câmara Municipal de Salvador nesta semana. A exposição Cu é Lindo, de Kleper Reis, recebeu cerca de R$ 131 mil do Governo do Estado da Bahia para ser apresentada no Instituto Goethe até o dia 12 de agosto.
O vereador Sargento Isidório (Avante) se mostrou revoltado com a utilização dos recursos para o conteúdo explícito. Seu partido faz parte da base aliada do governo, mas o parlamentar classificou a exposição como um absurdo.
– Rui é um homem de família que tem duas filhas lindas. Ele não iria permitir isso. O cu é mais digno do que toda essa gente que está envolvida na exposição. Lindo é Deus – afirmou.
Isidório também falou sobre a falta de posicionamento do Ministério Público sobre o caso.
– Como o Ministério Público da Bahia impede que o prefeito de Guanambi entregue a chave da cidade para Deus e não impede uma mostra dessas? – declarou, indignado, o vereador.
ALEXANDRE ALELUIA
Além de Isidório, o parlamentar Alexandre Aleluia também manifestou seu repúdio ao apoio financeiro. Ele enviou uma carta à imprensa e declarou que o governador Rui Costa (PT) apoia “lixo revolucionário em forma de arte”.
– O governo prefere o lixo revolucionário em forma de arte, já que o objetivo dele não é a beleza e, sim, a política nefasta contra a família, realizada pelo seu partido. O Instituto Goethe é o aterro sanitário da esquerda caviar de Salvador. Felizmente a grande maioria da população repudia essa política do PT e não quer conta com esse lixo travestido de arte – declarou Alexandre.
Ele afirmou que não irá mover uma ação contra a mostra porque, para ele, “o absurdo está em se usar dinheiro público para algo que não é arte”.
EXPOSIÇÃO
A mostra entrou em cartaz no dia 12 de julho. Ela tem classificação etária de 18 anos e se apresenta como uma representação sobre “o não lugar dos desviantes das lógicas hétero e cisnormativas, o machismo, o patriarcado, o racismo e preconceitos”.
– O profícuo suspirar de um mergulho nas raízes que suscita a aceitação do si mesmo. A emoção de lidar com a censura, as memórias das violências e dos espancamentos sofridos, as discriminações e os preconceitos sociais, as imagens do inconsciente e as notícias diárias – fala o release do Instituto Goethe.
Leia também1 Lista mostra 10 desenhos infantis com conteúdo LGBT
2 Vereadores do Rio rejeitam impeachment de Crivella
3 Foto de modelo nua no Muro das Lamentações é leiloada