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Taxa das blusinhas: Desistência nas compras cresce para 38%

Classes mais afetadas pela medida são de menor renda

Thamirys Andrade - 28/10/2025 10h58 | atualizado em 28/10/2025 13h37

(Imagem ilustrativa) Foto: Freepik / Diana Grytsku

Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a Nexus mostrou que a chamada “taxa das blusinhas” – como é popularmente conhecido o imposto sobre compras internacionais de até 50 dólares (cerca de R$ 268) – fez aumentar o índice de desistência dos consumidores ao finalizarem os pedidos.

Segundo o levantamento, o percentual de pessoas que abandonam a compra antes de concluí-la saltou de 13% para 38% em pouco mais de um ano. O recorte de tempo considerado pela pesquisa vai de maio de 2024 até outubro de 2025.

A política criada pelo governo federal no último ano possui uma alíquota de 20% sobre compras de até 50 dólares. No caso de valores acima desse, a tarifa se eleva para 60%.

Ainda segundo o levantamento, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) também contribuiu para a desistência das compras internacionais. O total de consumidores que deixou de comprar por causa dessa tarifa aumentou de 32% para 36%.

Por outro lado, as compras nacionais cresceram. A pesquisa evidenciou que consumidores que passaram a buscar produtos semelhantes com opção de entrega nacional subiu de 22% para 32%. A desistência nesses casos caiu de 58% para 42%. Já as compras nas lojas físicas aumentaram de 13% para 14%.

A criação do imposto surgiu como parte da reivindicação de empresários brasileiros que afirmavam estar em concorrência desleal com as grandes varejeiras internacionais.

Além disso, uma pesquisa inédita feita pela LCA Consultores a pedido da Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec) apontou que a criação da taxa não criou novos empregos, tampouco afetou os existentes, haja vista que o crescimento do emprego nos setores varejista e industrial ficou em somente 0,97%, abaixo da médica nacional de 3,04%.

Os dados também mostraram que os consumidores de menor renda foram os mais afetados. Segundo o levantamento, cerca de 70% de toda a arrecadação gerada pela taxa vem das classes C, D e E.

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