Surto de sarampo avança e atinge indígenas
Mais de 60 casos atingiram yanomamis na fronteira entre Brasil e Venezuela
Ana Luiza Menezes - 14/07/2018 10h47 | atualizado em 14/07/2018 10h50
O surto de sarampo atingiu também os índios. Até sexta-feira (13), foram confirmados 67 casos da doença no grupo yanomami, na fronteira entre Brasil e Venezuela.
De acordo com o Distrito Sanitário Especial de Saúde Indígena Yanomami e Iekuana (Dsei-Y), 90% dos índios afetados são venezuelanos, mas também há casos de brasileiros.
O primeiro caso da doença em um yanomami foi diagnosticado em março. Desde então, os índices têm aumentado. Do grupo afetado, 59 foram em índios venezuelanos e sete brasileiros. O surto se concentra em 11 aldeias – cinco delas na Venezuela
Os índios fazem parte dos 200 casos da doença confirmados no estado de Roraima. Um indígena yanomami brasileiro já faleceu em função do sarampo.
Rousicler de Jesus Oliveira, coordenador do Dsei-Y, explicou que o crescente número de enfermos está ligado ao baixo índice de vacinação na Venezuela. Diariamente, muitas pessoas deixam o país e cruzam a fronteira com o Brasil a fim de conseguir comida, trabalho e atendimento médico.
Entre os índios brasileiros, a cobertura da vacina alcançou 80% da população. Entretanto, segundo Manoel Pereira Filho, responsável técnico pela vacinação do Dse-Y, a proliferação do vírus, altamente contagioso, é mais fácil nas aldeias porque as pessoas vivem aglomeradas.
Manoel explicou ainda que já está vacinando venezuelanos e brasileiros, a fim de conter o avanço da doença.
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