Thamirys Andrade - 05/08/2021 13h48 | atualizado em 05/08/2021 14h06

O governo paulista anunciou que acionará a Justiça nesta quinta-feira (5) contra o Ministério da Saúde, após receber somente a metade das vacinas da Pfizer previstas para lhe serem entregues. O governo federal, por sua vez, acusa o estado de SP de ter ficado com doses a mais da vacina CoronaVac e alega que a redução das doses da vacina da Pfizer seria, portanto, uma compensação por isto.

Lira Porto, procuradora-geral de SP, classificou a situação como “grave” e garantiu que irá à Justiça, embora não tenha especificado qual o tipo de ação será ajuizada e onde tramitará, se no Supremo Tribunal Federal (STF) ou na Justiça Federal.

– Estamos diante de uma situação inusitada e grave e não iremos simplesmente permitir que a este episódio seja conferida uma roupagem jurídica de normalidade – declarou a procuradora.

Na quarta-feira (4), o governador João Doria disse que não aceitará “boicotes” do governo federal.

– SP não aceitará boicotes do governo federal! Ontem recebemos metade das doses de vacinas da Pfizer previstas. O argumento é [de] que SP está com a vacinação mais avançada. Estão punindo a eficiência da gestão de SP? Tomaremos medidas para garantir vacina no braço da nossa população. O Ministério da Saúde deixou de entregar 228 mil doses que estavam planejadas. Isso pode atrasar a vacinação de 228 mil paulistas. Uma vergonha!

Em resposta, o ministro da Saúde Marcelo Queiroga afirmou que “as doses são distribuídas de acordo com a tripartite”, ou seja, nas reuniões com a pasta e os secretários de Saúde estaduais e municipais, das quais ele mesmo não participa. O ministro também disse que a “judicialização é direito de todos”, mas que, em seu entender, este não é o melhor caminho.

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