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SP: Aquecimento climático registra dobro da meta global

Especialista apontou seis consequências do aquecimento na capital paulista

Ana Luiza Menezes - 06/11/2018 16h58 | atualizado em 06/11/2018 19h04

A cidade de São Paulo Foto: Reprodução/ Instagram

Especialistas de todo o mundo apontam as graves consequências do aquecimento global. Sobre São Paulo, as previsões também não são muito animadoras.

Em entrevista a um jornal, Marcos Buckeridge, coordenador do programa USP-Cidades Globais, avaliou as mudanças climáticas da capital paulista. Ele é biólogo e também coautor de um dos capítulos do Quinto Relatório do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), uma organização criada em 1988 no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU).

– Em São Paulo já tivemos um aumento de 2ºC nos últimos 50 anos. Temos olhado reiteradamente estes dados, que podemos obter dos bancos de dados sobre São Paulo e, por eles, estamos mesmo caminhando para os 3ºC. (…) São Paulo é um laboratório para saber o que acontece se passarmos de 1,5ºC – disse.

Segundo ele, as consequências do aquecimento podem ser graves. Nos próximos anos, a cidade pode passar a enfrentar chuvas cada vez mais forte e alagamentos. Outro risco é a ocorrência de períodos de seca, que causarão falta de água nos reservatórios.

Além da questão da água, e do problema de chuvas e alagamentos, o especialista apontou outras quatro consequências trágicas: morte de idosos, doenças infecciosas, efeitos negativos nos alimentos e mais gastos de energia e transporte.

Ele explicou que o aumento das temperaturas noturnas é prejudicial à saúde e pode custar a vida de idosos. A arborização das áreas urbanas é vista como uma das medidas para resfriar a cidade.

– Os seres humanos se adaptam a mudanças de temperatura, mas podemos sair de uma região que qualquer ser humano tolera – avaliou ele.

O alerta quanto à elevação da temperatura se deve também por causa do aumento do consumo da água, que tem grandes chances de ficar escassa por causa das secas. As pessoas também farão cada vez mais uso de ar condicionado, que acabarão obrigatórios em todos os transportes públicos.

– Com isto, teremos maior gasto de energia de forma geral, aumentando a demanda. Se a nossa matriz energética não estiver bem adaptada, aumentaremos as emissões ao invés de diminuí-las – declarou Buckeridge.

Doenças de verão como dengue, febre amarela e zika vírus, entre outras, terão mais chances de se alastrar em uma cidade mais aquecida, ou seja, com altas temperaturas. Marcos defende o uso da energia solar nos carros a fim de combater a poluição e o aquecimento, que também prejudicam a agricultura.

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