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Sócio da boate Kiss: “Querem me prender, me prendam”

Elissandro Spohr chorou em diversos momentos de seu depoimento e disse que perdeu pessoas na tragédia

Paulo Moura - 09/12/2021 09h50 | atualizado em 10/12/2021 14h55

Elissandro Spohr chorou durante depoimento Foto: TJRS/Juliano Verardi

Primeiro dos réus a ser interrogado no julgamento do incêndio na boate Kiss, que matou 242 pessoas em janeiro de 2013, o sócio da casa de shows Elissandro Spohr deu um depoimento com forte teor emocional, na quarta-feira (8), enquanto comentava o caso. Spohr relatou, em prantos, que perdeu amigos na tragédia e disse que podem prendê-lo se quiserem, pois está “cansado”.

– Querem me prender, me prendam. Eu estou cansado, cara. Eu sei que perderam gente e tal, mas eu perdi um monte de amigos, eu perdi funcionários. Acham que eu não tinha amigos lá? Acham que eu ia fazer uma coisa dessas? – disse.

Durante a declaração de Elissandro, os familiares e vítimas que acompanhavam o depoimento ficaram em pé e deram as mãos. Em seguida, formaram um círculo, amparando-se. Alguns pais disseram que suportariam o “fingimento” de Kiko, e uma mãe chegou a falar mais alto que “ele matou nossos filhos”.

Ao ser questionado sobre a contratação da Gurizada Fandangueira e se tinha conhecimento de que a banda usava artefatos pirotécnicos em shows, Kiko, como ele também é chamado, afirmou que nunca tinha visto tal fato.

– Eu não vi eles fazerem esse negócio; inclusive, não vi ninguém fazer. Ninguém me falou também se fizeram. É possível que nesse palco novo com as espumas tenha sido a primeira vez – relatou.

O sócio da casa de shows também afirmou que os acertos sobre as apresentações eram feitas com Danilo Jaques, o gaiteiro da banda, que morreu no incêndio. Segundo o proprietário, ele não pediu autorização para o uso de artefatos pirotécnicos, nem avisou das mudanças nas reformas à banda.

– Não tive essa conversa com eles e acho que eles realmente imaginavam que esse tareco não pegava fogo – disse.

Além de Spohr, o sócio Mauro Londero Hoffmann e os integrantes da banda Gurizada Fandangueira Marcelo de Jesus dos Santos (vocalista) e Luciano Bonilha Leão (assistente de palco) são acusados por homicídio e tentativa de homicídio simples por dolo eventual pelas mortes ocorridas na tragédia.

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