Sindicato denuncia agressões com vara em curso para policiais
Abusos teriam ocorrido em treinamento para o Cope, de MG
Thamirys Andrade - 27/01/2022 11h34 | atualizado em 27/01/2022 11h51



Policiais penais denunciaram abusos e agressões supostamente cometidos contra alunos do treinamento para o Cope (Comando de Operações Policiais Especiais), na Grande BH. De acordo com as denúncias, os inscritos no curso passam por situações vexatórias, xingamentos, agressões com corda e varas de bambu.
De acordo com Patrick Castro, diretor do Sindppen (Sindicato de Policiais Penais de Minas Gerais), 126 policiais penais ingressaram no curso, mas apenas 20 continuam no treinamento.
– A intenção desses cursos é de eliminação, mas, da forma que está sendo [feito], muitos colegas estão saindo do curso pela questão vexatória [por] que estão passando. Muitos colegas antigos do sistema prisional não estão aceitando esse tipo de situação – disse Castro, segundo informações do portal Bhaz.
Iniciado no dia 3 de janeiro, o curso é voltado para agentes da Polícia Penal de Minas Gerais que queiram entrar para o Cope. Antes de participar, os candidatos assinam um termo de sigilo sobre o curso.
No entanto, os participantes se sentiram incentivados a denunciar os casos de abuso após a recente repercussão do vídeo de um PM recebendo um tapa no rosto durante o curso da Rotam (Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas), que culminou em investigação por parte da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG).
– Quando eles fizeram o primeiro dia de curso, eles assinaram um termo. Esse termo falava que não podiam falar nada que acontecia dentro do curso. E agora, com essa repercussão que teve da Polícia Militar, deu força para o pessoal fazer a denúncia – assinalou Castro.
Na denúncia, diversas fotos de hematomas que teriam sido causados no curso foram divulgados. As queixas serão levadas ao MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) nesta quinta-feira (27), e alguns policiais também acionarão o Estado judicialmente.
Atualmente, o curso está paralisado em razão de casos de Covid-19.
– Desde o início do curso, a gente já está tendo denúncia a respeito da questão de eliminação, a questão que não fizeram teste de Covid, e, agora, durante essa semana, vieram essas imagens, onde deu a repercussão maior, porque está chegando ao ponto de agredir os candidatos que estão no curso – acrescentou Castro.
Em nota, a Sejusp (Secretaria estadual de defesa social em Belo Horizonte) afirmou ter tomado conhecimento “das imagens que circulam nas redes sociais e irá apurar a veracidade das informações”.
Ela também disse que foi “solicitada a abertura de investigação para apurar possíveis excessos cometidos ao longo do curso em questão, bem como a responsabilização daqueles que eventualmente veiculam imagens inverídicas”.
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