Sérgio Cabral dá depoimento a Bretas sobre Unfair Play
Ex-governador acusou procuradores de "preconceito racial"
Camille Dornelles - 09/08/2018 07h30 | atualizado em 22/08/2018 08h10
O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (MDB) deu depoimento ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, nesta quinta-feira (9). Ele falou a respeito da possível compra de votos para a realização das Olimpíadas de 2016 e acusou os procuradores de preconceito.
– Com todo respeito, (a denúncia) do MPF tá parecendo preconceito racial. Essa coisa de dizer que africanos se reuniram pra vender voto é preconceito racial – declarou.
Esta é a segunda vez que Cabral se dirige a Bretas esse ano. Em junho, ele prestou depoimento por vídeoconferência pela Operação Eficiência.
As investigações são organizadas pela Operação Unfair Play, um braço da Lava Jato, e pelo Ministério Público Federal (MPF). Cabral é acusado de ordenar a compra do voto do membro do Comitê Olímpico Internacional (COI) Lamine Diack.
Na mesma operação, o ex-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) Carlos Arthur Nuzman foi denunciado por organização criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Arthur César de Menezes Soares Filho, conhecido como Rei Arthur, também foi denunciado por corrupção. Ele é tido como responsável por intermediar os acordos.
O MPF também pede a restituição de R$ 1,6 bilhão por danos morais e materiais, já que o Comitê Organizador Rio 2016 e o COB utilizaram dinheiro público para a viabilização dos Jogos Olímpicos.
– Onde existe verba pública, existe dever de probidade e existe a responsabilidade daqueles que a gerem, podendo, portanto, ser responsabilizados quando atuarem em contrariedade ao que determina a lei – declarou o MPF.
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