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SC: Servidores não aderem a lockdown voluntário sem salário

Proposta do prefeito de Criciúma tornava lockdown opcional; no entanto, haveria desconto na remuneração

Pleno.News - 23/03/2021 14h57 | atualizado em 23/03/2021 15h22

Prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro, propôs lockdown voluntário sem salário para servidores municipais Foto: Reprodução

Nenhum funcionário público de Criciúma, cidade no Sul de Santa Catarina, aderiu ao decreto do prefeito Clésio Salvaro (PSDB) que propôs um “lockdown sem remuneração”.

A medida foi anunciada na quarta-feira (17), mas não teve adesão do funcionalismo. A cidade tem o maior número de mortes registradas por Covid-19 na região e, assim como as demais regiões, está com hospitais lotados.

Declaradamente contra o lockdown em todo o município, Salvaro gravou vídeo, em tom de desabafo, dizendo: “Não há necessidade de parar a economia. Nós precisamos continuar trabalhando”. Ele disse ainda que quem quisesse se cuidar em casa não teria direito à salário.

– Não quer vir trabalhar? Não tem problema. Quer se cuidar? Ótimo, vai ficar em casa, mas não vai receber salário. É assim mesmo, porque é muito fácil pedir lockdown quando a geladeira está cheia, e o salário, garantido; então, estou decretando lockdown na prefeitura. Só que é voluntário, facultativo. Quer lockdown? Vai ter. Só não vai ter salário – afirmou o prefeito ao assinar o decreto.

Na prática, o decreto de Salvaro reconhece como de interesse público o pedido de licença sem remuneração que já estava previsto no estatuto dos servidores.

A medida foi vista como um ataque pelos representantes do funcionalismo público. “Ou morremos de coronavírus, ou morremos de fome. É isso que o prefeito está propondo?”, questiona Jucélia Vargas Vieira de Jesus, presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Criciúma e Região.

– É uma cortina de fumaça para desviar a atenção das próprias responsabilidades do prefeito. Nós estamos com leitos lotados, dois professores intubados. Ontem [segunda-feira], perdemos mais uma servidora. Não pedimos lockdown pelo lockdown nem queremos ficar em casa. Queremos é cuidado com toda população. Nós fizemos pedidos para que as pessoas de risco pudessem trabalhar em regime home office ou fossem afastadas. Mas não [foi] isso que foi apresentado. Isso é uma afronta a todos os servidores que estão todos os dias correndo riscos na linha de frente – declarou Jucélia.

Com 217.311 habitantes, Criciúma está entre as cidades com maior índice de infectados com vírus ativo. No total, já são mais de 25 mil casos registrados na cidade e 300 mortes.

Todas as regiões de Santa Catarina estão com nível de alerta máximo para a Covid-19. O estado ainda tem filas de espera por leitos de UTIs e com mais de 30 mil pessoas com vírus ativo. O número de mortes no estado chegou a 9.651 nesta segunda-feira (22). Mais de 40% das mortes no estado ocorreram em 2021.

*Estadão

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