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SC: Nunca vou ouvi-la dizer mãe, diz mulher que perdeu filha

Luana Schuh era mãe da pequena Ana Bella, de 1 ano de 8 meses

Thamirys Andrade - 10/05/2021 13h21 | atualizado em 10/05/2021 13h38

Vítimas de atentado a escola infantil em Santa Catarina Foto: Colagem Pleno News

O Dia das Mães (9) nas casas das vítimas do ataque à creche de Saudades (SC) foi marcado pelo luto.

Luana Schuh, mãe de Ana Bella, de 1 ano e 8 meses, disse ter perdido sua base após a morte da filha.

– Eu não vou ter a minha princesa comigo. Eu nunca vou ouvi-la me chamar de mãe, porque ela falava poucas palavras ainda […] Ela era alegre, feliz, simpática. Por onde ela passava, todo mundo adorava ela. Ela conquistava todo mundo com o seu carisma. Ela era a minha fortaleza. Ela era a minha base. Eu estou sem chão – desabafou, em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo.

A mesma dor é compartilhada por Cláudia Mahle Sehn, mãe da pequena Sarah, que também tinha menos de dois anos.

– Eu não sabia o que é o amor. Mas você só vai saber disso quando você for mãe, quando você tem uma criatura fora de ti, que você olha e diz “ele carrega um pedaço de mim”. A gente não cansou de repetir que papai e mamãe amavam muito ela – afirmou.

A família da professora Keli também sofre a sua partida. Sua mãe, Teresinha Bernardi Aniecevski, conta que ela deixou Sistemas de Informação a fim de ingressar na magistratura. Aos 30 anos, Keli era apaixonada por trabalhar com crianças.

– Não tem uma foto que ela não esteja sorrindo. É isso que eu quero guardar – declarou Teresinha.

MEMÓRIAS DO ATENTADO
O jovem de 18 anos Fabiano Kipper Mai invadiu a creche Aquarela, em Saudades (SC), na terça-feira (4), com dois facões. Ele tirou a vida de Keli, na entrada do colégio, e da agente educacional Mirla Renner, de 20 anos, antes de seguir até a sala e ferir quatro crianças, três delas fatalmente.

Fabiano não conseguiu invadir as outras salas, pois as professoras seguraram as portas.

– Fechar a porta e segurar para ele não entrar. Ele tentou entrar com toda a força dele. Nós não deixamos, para tentar salvar nós mesmas e as cinco crianças que estavam conosco na nossa sala – lembrou Janice Niederle, agente educativa da creche.

A professora Solange Rempel Kunzler também relatou os momentos de terror que viveu no atentado.

– Eu fui até um pedaço tentar ajudar a minha colega e vi que não dava, que eu seria só mais uma vítima. Gritei tudo que eu podia gritar para os meus colegas proteger suas crianças e se proteger, e eu tive que voltar para sala para proteger as minhas crianças – contou.

A pequena cidade com menos de 10 mil habitantes está em luto coletivo pelas vítimas, que foram enterradas na quarta-feira (5) no Cemitério Municipal de Saudades.

O autor do atentado tentou suicídio após os ataques. Ele passou por cirurgia, já deixou a UTI e se recupera em enfermaria do Hospital Regional de Chapecó.

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