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RJ: Criminosos tomam posse de antenas de telefone e internet

Operadoras afirmam que há pelo menos 26 antenas "sequestradas" no estado

Gabriela Doria - 02/05/2021 16h05 | atualizado em 02/05/2021 17h04

Antenas de telefonia viraram alvo de facções criminosas Foto: Reprodução

Grupos criminosos no Rio de Janeiro estão expandido o controle sobre serviços essenciais à população. Desta vez, facções estão “sequestrando” antenas de telefonia e internet em diversos bairros da região metropolitana.

Ao Jornal Nacional, um homem que não quis se identificar revelou como os criminosos “avisam” aos técnicos e às companhias que eles tomaram o controle das antenas.

– Tem bandidos armados, criminosos ou então algum representante desse crime organizado que diz: ‘Olha, eu tenho um recado aqui para vocês. Essa antena está sob a nossa responsabilidade agora. Eu quero receber alguma coisa por isso’ – disse.

Além da intimidação de funcionários, os criminosos passaram a instalar barricadas nos acessos às antenas, impedindo, por exemplo, o conserto do equipamento ou até a restauração de sinais de telefone e internet. Dependendo do alcance da antena, até 4 mil moradores podem ser prejudicados.

– Nessa época de pandemia, home office, ninguém está conseguindo fazer nada sem internet. Estudar, trabalhar, fazer o que for – diz um cliente.

De acordo com as operadoras, há atualmente 26 antenas ‘sequestradas’ no estado do Rio de Janeiro. A estimativa é que quase 160 mil pessoas sejam diretamente prejudicadas com a perda de sinais de internet e celular.

O problema atinge 72 bairros da capital, além de 3 cidades da região metropolitana: Niterói, São Gonçalo e Itaboraí. Já na capital, o sequestro ocorre em bairros como Vila Isabel, Madureira, Campo Grande e até a nobre região da Barra da Tijuca.

Segundo os clientes, as operadoras já têm até uma mensagem gravada para quando usuários dessas regiões telefonam.

– As operadoras já gravaram mensagens prontas para quando se liga para reclamação dizendo que em função da segurança pública não é possível restabelecer o sistema, uma vez que os seus profissionais sofrem ameaça de morte com relação à prestação dos serviços feita pelos bandidos do local – diz um morador.

O objetivo dos criminosos é impor aos cidadãos os seus próprios serviços, sem opção para a concorrência.

– Eles querem mesmo é que a gente coloque a internet deles. Os bandidos estão obrigando o cidadão de bem a fazer um consumo de um produto clandestino, de má qualidade e de roubo que é o que eles fazem – disse uma vítima.

O Ministério Público do Rio informou que irá acionar a Polícia Civil para a abertura de um inquérito sobre as denúncias de moradores. Já a Secretaria de Polícia Civil do Rio afirmou que tem feito operações e fiscalizações para coibir esta prática.

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