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RJ: Cedae se desculpa e diz que situação voltará ao normal

Empresa falou sobre compra de equipamento para retirar substância que tem provocado mudanças na água

Pleno.News - 15/01/2020 17h31 | atualizado em 15/01/2020 17h32

Cedae se desculpou por água no Rio de Janeiro e disse que a situação voltará ao normal Foto: Divulgação/Cedae

Em seu primeiro pronunciamento após a crise na qualidade da água que vem preocupando os moradores do Rio de Janeiro, o presidente da Companhia de Águas e Esgotos do Estado (Cedae) se desculpou e afirmou que a situação vai voltar ao normal muito em breve.

Há mais de dez dias, cariocas de todas as regiões da capital e de algumas cidades da Baixada Fluminense têm relatado que a água distribuída pela empresa está saindo muitas vezes turva e com gosto e cheiro de terra das torneiras, chuveiros e filtros.

– Aproveito para pedir desculpas a toda a população pelos transtornos no nosso sistema de abastecimento de água – disse Hélio Cabral.

As declarações de Cabral foram dadas na manhã desta quarta-feira (15), durante entrevista coletiva, voltando a sustentar que não há riscos para a saúde da população.

Segundo ele, já foi iniciada a compra do equipamento e do carvão ativado necessários para retirar a substância orgânica que, segundo a Cedae, tem provocado mudanças nas características do líquido. É a chamada geosmina, produzida quando há uma multiplicação acentuada de algas e bactérias na água.

– No Guandu, na semana que vem, com certeza a gente tem água saindo sem geosmina – disse ele.

No discurso, ele se referiu à estação de tratamento que abastece grande parte do Rio e onde a substância foi detectada na última sexta-feira. O carvão ativado pulverizado é usado logo no início do tratamento, retendo a substância.

Ele ponderou, porém, que não é possível dizer quando a água voltará a sair das torneiras das casas sem alterações, porque os reservatórios residenciais podem continuar com a geosmina por bastante tempo, mesmo depois da solução do problema no reservatório de origem.

O gerente de controle de qualidade da água, Sérgio Marques, repetiu que, apesar de deixar a água com cheiro e gosto de terra, a substância não altera sua potabilidade. Não explicou, porém, a turbidez e a cor escura relatadas em alguns bairros. Especialistas contestam o posicionamento da Cedae e dizem que ainda é cedo para liberar o consumo sem novos testes.

Segundo o presidente da companhia, o caminhão que levará o equipamento sairá nesta quinta-feira de Jacareí, no interior de São Paulo, e deverá ser instalado na semana que vem.

– [A fornecedora] prometeu que semana que vem vai estar instalado, aí tem que ligar a parte elétrica, cabo de força. Não posso dizer que vai ser segunda-feira – declarou.

O custo, segundo ele, não será repassado ao consumidor porque é baixo em termos de investimentos: R$ 1 milhão da compra do equipamento e mais R$ 2 milhões por mês, se ele for usado 24 horas por dia. Mas a conta de água também não será reduzida por conta do problema dos últimos dias.

A Cedae afirma que a presença de geosmina é comum em estados como São Paulo, Bahia e Rio Grande do Sul, que utilizam há anos esse mesmo método para retirá-la. No Rio, isso já havia acontecido uma vez em 2004, mas avaliou-se que a medida não era necessária.

Questionado sobre o motivo de o equipamento não ter sido instalado antes, Hélio Cabral, que assumiu a Cedae em janeiro do ano passado, se desculpou por não ter percebido a necessidade previamente.

– Realmente, reconheço que se teve em 2004 tinha que ter implantado o equipamento nesse meio tempo […] Desde 2019 estamos implantando vários investimentos, se tivéssemos diagnosticado isso no ano passado teríamos investido. Peço desculpas por não ter percebido antes – declarou.

*Folhapress

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