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RJ: Bebê morre após esperar atendimento em hospital

Pais denunciam falta de médicos e de ambulância para uma transferência

Ana Luiza Menezes - 28/06/2019 17h31 | atualizado em 28/06/2019 20h22

Aylla Vitória Cunha de Souza tinha 21 dias de vida Foto: Arquivo pessoal

No Rio de Janeiro, uma bebê de apenas 21 dias de vida acabou morrendo após esperar 11 horas para receber atendimento médico. Os pais relataram que chegaram ao Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, em Acari, às 9 horas e aguardaram até as 19 horas.

Uma enfermeira procurou orientar o casal e sugeriu que eles fossem para o Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, pois onde estavam iriam ‘mofar’ até conseguir um profissional para consultar a criança. Geovane Barbosa de Souza, pai da pequena Aylla, disse que deixou o hospital às 20 horas. Ele e a esposa não tinham dinheiro para ir até o outro hospital e foram para casa.

Quando, finalmente, conseguiram dinheiro para levar a neném até o outro hospital, não podiam deixar os outros filhos sozinhos e, por isso, os pais esperaram até o dia seguinte, mesmo porque um tiroteio tomou conta do local onde moram.

– Ela se alimentou, mamou, a minha mulher colocou ela para arrotar e ela vomitou. Acabou que ela dormiu, quando deu 3 horas percebemos que ela estava sem vida – contou Geovane.

Ele e a mulher moram no Morro do Chapadão e têm outros cinco filhos, entre 4 e 12 anos. Já com Aylla morta, eles foram novamente ao Hospital Municipal Ronaldo Gazzola, às 4 horas de quinta-feira (27). Após outras longas horas de espera, ele conseguiu a documentação da morte da bebê.

– Não sei nem a causa da morte da minha filha. Só às 9h alguém desceu e me deu a papelada para preencher para retirar o corpo da minha filha. Nem o prontuário não querem me dar. Eles são obrigados a me darem o prontuário. A polícia disse que eles tem a obrigação de me dar – falou o pai.

A Secretaria Municipal de Saúde se pronunciou sobre o caso por meio de uma nota. O órgão afirmou que a recém nascida recebeu atendimento, mas se comprometeu a apurar os fatos para descobrir se alguém errou.

– O médico avaliou a recém-nascida e solicitou transferência para uma emergência pediátrica.. (…) Segundo relatos do hospital, familiares já haviam levado Aylla para casa, contrariando as orientações médicas – afirmou o texto.

Segundo o jornal O Dia, Geovane rebateu o comunicado.

– Ficamos esperando o médico o tempo todo. Quero que ele (diretor) mostre que me atenderam pelas câmeras, pelo prontuário, é só ver que vão confirmar que não atenderam. A gente nem chegou a entrar no hospital, ficou na recepção o tempo todo. Dizem que atenderam 11h30. Só avaliaram e mandaram esperar a ambulância para levar para Realengo, mas também não tinha. Quando tinha médico, não tinha ambulância, quando tinha ambulância, não tinha médico – declarou.

Souza e a esposa registraram o caso na 39ª DP (Pavuna), que irá apurar o episódio. O sepultamento da garotinha acontecerá no sábado, no Cemitério de Ricardo de Albuquerque.

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