Réveillon: Crivella anuncia música gospel em Copacabana
Prefeitura quer superar o recorde de 2,8 milhões de pessoas que foram à festa em 2019
Henrique Gimenes - 03/12/2019 19h37 | atualizado em 03/12/2019 20h01
Neste ano, o tradicional Réveillon de Copacabana terá uma novidade inusitada: música gospel. O prefeito carioca, Marcelo Crivella (Republicanos), que também é pastor evangélico e cantor, divulgou nesta terça (3) que o gênero será tocado nos quatro palcos espalhados pela praia.
– Essa ideia de mais três palcos em Copacabana não só privilegia o trânsito mas também dá espaços à canção gospel, que é na nossa cidade o primeiro lugar disparado nas rádios. Essa música, pela primeira vez, terá palco [no sentido de espaço] especial para ela – disse ele em entrevista coletiva sobre a festa.
Quem vai abrir as apresentações do palco principal, em frente ao hotel Copacabana Palace, é a cantora gospel Anayle Sullivan. Ela é casada com Michael Sullivan, que já produziu artistas como Tim Maia e Xuxa e compôs sucessos como “Me Dê Motivo” e “Um Dia de Domingo”.
O compositor pernambucano é o parceiro musical mais conhecido de Crivella e assina com ele várias canções de louvor, como “Eu Vejo Deus”. O prefeito já gravou 19 álbuns, coletâneas e EPs do gênero, lançados entre 1992 e 2014.
Em entrevista à Folha de S.Paulo em outubro, ele rebateu acusações frequentes sobre suas ações misturarem religião e política.
– Por parte da imprensa do Rio existe um ‘pré-conceito’. Por quê? Sou um bispo evangélico. Tudo o que digo, absolutamente tudo, já traz uma ideia ao repórter de que ali está falando o bispo com posições bíblicas. Se você for a um culto meu na igreja, com certeza vai ouvir eu pregar o Evangelho. Mas aqui, na prefeitura, não – disse na ocasião.
Nesta terça, a prefeitura impediu que dois profissionais do jornal O Globo entrassem na entrevista coletiva sobre o Ano Novo. Um dia antes, Crivella ameaçou processar jornalistas por infâmia, calúnia e difamação após o veículo revelar que o Ministério Público do RJ apura um esquema de corrupção no município. No domingo (1º), ele também disse que a prefeitura não responderia mais a solicitações de informação feitas pelo jornal.
ATRAÇÕES DO ANO NOVO
Depois da cantora Anayle Sullivan, quem vai subir ao palco principal na noite do Réveillon é o violinista Allyrio Mello, seguido pelos sambistas Diogo Nogueira e Ferrugem, que fará a contagem regressiva para a tradicional queima de fogos. Então entram o DJ Marlboro e a escola de samba da Mangueira.
Os outros três palcos distribuídos por Copacabana –que foram anunciados como novidade, mas segundo a assessoria de imprensa da prefeitura não são inéditos– terão apenas DJs e incluirão o gênero gospel. Eles vão ficar posicionados na altura das ruas Hilário de Gouveia, Bolívar e Anchieta (Leme).
A prefeitura quer superar o recorde de 2,8 milhões de pessoas que foram à festa em 2019. As quase 17 toneladas de fogos serão lançadas de 10 balsas e a queima terá duração de 14 minutos. A estrutura vai incluir ainda 7 telões, 800 banheiros químicos, 4 postos médicos e 30 torres da Polícia Militar.
O palco principal será mantido até 12 de janeiro, quando haverá uma apresentação do Bloco da Favorita para abrir o Carnaval e aumentar a permanência do turista entre as duas datas. Segundo a prefeitura, a média de ocupação dos hotéis cariocas, até agora, está em cerca de 75% entre 28 de dezembro e 1º de janeiro.
Outros nove bairros da cidade terão festas da virada: Flamengo, na zona sul; Barra da Tijuca (com 12 pontos de queima de fogos, com duração de entre 5 e 15 minutos); Sepetiba e Guaratiba, na zona oeste; Parque de Madureira, Piscinão de Ramos e Penha, na zona norte; e Ilha de Paquetá e Ilha do Governador.
Neste ano, o tema do Réveillon é “Amor a Cada Vista”, em uma referência ao título de Capital Mundial da Arquitetura que será concedido ao Rio de Janeiro em 2020 pela Unesco e pela União Internacional dos Arquitetos (UIA).
*Folhapress
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