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PUC-SP quer ter 37% de docentes negros em seis anos; entenda

Próximos concursos vão apenas selecionar docentes pretos e pardos

Pleno.News - 26/04/2023 21h51 | atualizado em 27/04/2023 10h59

PUC-SP Foto: Reprodução/Google Street View

A Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) aprovou, nesta quarta-feira (26), a meta de ter 37% de seus professores negros em seis anos. Atualmente esse índice é de 5,34%. Para isso, os próximos concursos a partir do segundo semestre deste ano vão apenas selecionar docentes pretos e pardos.

A iniciativa é inédita entre grandes universidades brasileiras. O índice de 37% é uma referência à porcentagem de negros na cidade de São Paulo segundo o IBGE. Nos últimos anos no país, e depois da lei da cotas aprovada em 2012, aumentou o número de instituições com políticas afirmativas no ingresso de alunos. Mas o mesmo não ocorreu entre funcionários e professores.

A Universidade de São Paulo (USP), como afirmou, no início da sua gestão, o atual reitor Gilberto Carlotti Junior, também estuda ter cotas raciais em seus concursos para professores.

Recentemente, a instituição lançou uma bolsa de pós-doutorado, de R$ 8 mil, para pesquisadores negros e criou uma lista de docentes pretos que poderão ser chamados para compor bancas de seleção de professores. O objetivo, segundo a nova pró-reitoria de Inclusão e Pertencimento da USP é incentivar que as bancas tenham, pelo menos, 40% de sua composição formada por representantes de grupos minoritários, como pretos, pardos e indígenas. A USP tem hoje 5.412 docentes, 129 se autodeclararam pretos e um indígena.

Na PUC-SP, cada unidade terá que chegar aos 37% e o programa pode ser prorrogado se a quantidade não for atingida, segundo a pró-reitora de Cultura e Relações Comunitárias, Monica de Melo.

– É uma medida de reconhecimento e reparação e que também agregará saber à universidade, propiciará uma mudança de bibliografia, com mais autores negros – disse.

– Somos hoje uma universidade branca – disse.

Os novos professores negros que serão contratados entrarão em vagas que podem ser abertas por aposentadorias, demissões ou demandas específicas de unidades. Nos últimos seis anos, a PUC contratou 170 docentes. O quadro atual é de 1.200, portanto, para chegar ao índice de 37% serão necessárias mais de 400 contratações.

– No imaginário das pessoas pode parecer que não há tantos docentes doutores para concorrer às vagas, mas acho que vamos nos surpreender – afirmou Monica.

Segundo ela, os candidatos às vagas poderão se autodeclarar negros, mas uma comissão externa também fará a identificação.

*AE

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