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Pleno.News - 03/03/2020 17h10 | atualizado em 03/03/2020 21h32

Deslizamento no Morro do Macaco Molhado, no Guarujá Foto: Reprodução/Globo

A assistente social Antônia Marques, de 51 anos, caminhava no início da tarde desta terça-feira (3), em meio ao alagamento de uma avenida no Guarujá, a 86 quilômetros de São Paulo, para buscar água potável. Ele também procurava por notícias de conhecidos que sumiram durante o temporal, que provocou o deslizamento de parte do morro do Macaco Molhado.

As chuvas no Litoral Sul paulista provocaram a morte de 13 pessoas e outras 45 estão desaparecidas. Antônia afirmou que sua casa, que fica no morro, foi invadida por água até a altura da cintura, por volta das 2h desta terça-feira.

– Só tive tempo de salvar mantimentos. O restante de minhas coisas, perdi tudo – disse.

Ela contou ainda que conhecia uma das pessoas desaparecidas. Seu amigo, o professor de capoeira Rafael Rodrigues, de idade não informada, sumiu no meio do barro e de escombros quando tentou ajudar a retirar pessoas soterradas no local, segundo Antônia.

– Até agora não acharam ele. Isso é uma tragédia – afirmou.

A filha da assistente social, a recepcionista Tainá da Silva,de 27 anos, afirmou conhecer duas vítimas que morreram soterradas.

– Acharam o corpo da Tatiana [amiga dela] e do filhinho dela, 1 ano, agora pela manhã – afirmou, sem saber informar o sobrenome e a idade da conhecida.

O porteiro Yago Wesley Gonçalves, de 27 anos, mora no bairro Vila Elma, ao lado do morro. Ele contou que quando soube do desmoronamento, entre 1h30 e 2h, correu para lá.

– Vi que tinha um braço para fora do barro. Gritei e quatro pessoas [incluindo um bombeiro] vieram ajudar a desenterrar [com as mãos] – relembrou.

O açougueiro Djalma Valentim, de 23 anos, foi uma das pessoas que auxiliou.

Gonçalves afirmou que pelo fato de de o barro estar muito instável, usaram tábuas para conseguir até onde estava soterrado o cabo dos bombeiros Rogério de Moraes Santos, de 43 anos .

– Levamos uns dez minutos para desenterrar o bombeiro com as mãos – relatou.

O bombeiro morreu no local. A reportagem apurou que por volta das 15h30 desta terça começou a vazar gás de um botijão de uma das casas destruídas pelo desmoronamento. Por isso, a rede elétrica de alguns pontos da comunidade foi cortada, para evitar eventuais explosões.

Na tarde desta terça-feira, 23 voluntários ajudavam bombeiros com três baldes de 20 litros cada, que eram passados de mão em mão, para retirada de lama do morro. O trabalho voluntário foi interrompido pouco antes das 15h, por ordem dos bombeiros, por causa de dois pequenos desmoronamentos de terra.

Um funcionário da Defesa Civil afirmou que técnicos encontraram, durante sobrevoo, uma cratera no morro. Segundo ele, há novo risco de desabamento.

Quatro cães farejadores da Polícia Militar ajudam na busca por desaparecidos.

*Folhapress

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