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Professor fala sobre cantar para alunos durante tiroteio

Professor de música do Rio de Janeiro tocou violão para entreter crianças durante confrontos

Camille Dornelles - 19/10/2017 14h55 | atualizado em 19/10/2017 16h05

Professor montou banda com alunos Foto: Arquivo pessoal

O professor de música Roberto de Oliveira Ferreira, que trabalha no CIEP Roberto Morena, na Zona Oeste do Rio de Janeiro (RJ), receberá uma homenagem da Prefeitura do Rio na próxima terça-feira (24) por ter usado a música para acalmar estudantes durante um tiroteio na região da escola.

Em entrevista ao Pleno.News, o professor contou que “a satisfação de receber a Medalha Carioca da Educação é imensa, mas não foi a primeira vez que isto aconteceu”. Roberto diz que não lembra quando teve a ideia de tocar para os estudantes durante um tiroteio, mas que o faz desde 2005, então funcionário de outro colégio.

– Lá a área era até mais violenta do que aqui, apesar de o tiroteio trazer sempre o mesmo risco. Um dia ouvi um “abaixa, professor” e vi o rosto assustado deles. Decidi levar todos para o corredor e peguei meu violão para cantar junto com os alunos – relembrou.

O docente declarou que a estratégia ajudou para que os alunos não ficassem preocupados com o que estava acontecendo do lado de fora, mas que o professor deve ter “muita fé e muita coragem por eles”.

Professor tocou para alunos durante tiroteio na Zona Oeste do Rio de Janeiro Foto: Divulgação

– Eles ficam preocupados com seus parentes e amigos que não estão dentro da escola. Eles não sabem o que pensar, não têm o que fazer. Temos que tirar o pânico deles e tornar o momento em uma aula de música. Levantar o astral – atestou o professor de música.

Apesar da visibilidade positiva, Roberto declara que o problema de segurança pública vem também da negligência do Estado.

– A insensatez e o abandono do poder público e a falta de amor aos mais necessitados são balas perdidas que ferem nossas crianças – declarou.

A ação do professor também o concedeu a medalha Pedro Ernesto e ganhou repercussão até no exterior. O reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva, ficou sabendo da história e enviou uma carta ao docente parabenizando-o, e o jornal The New York Times também o entrevistou.

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