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Processo penal brasileiro está se tornando um circo, diz Witzel

Governador afastado do Rio de Janeiro disse que há um rigor "excessivo" nas investigações

Pleno.News - 06/10/2020 14h42 | atualizado em 06/10/2020 21h34

Governador afastado Wilson Witzel Foto: Agência Brasil/Tomaz Silva

Prestes a enfrentar um processo de impeachment, o governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, deu entrevista ao programa Direto ao Ponto, da rádio Jovem Pan, para falar das acusações que pesam contra ele. Para o governador, o “processo penal brasileiro está se tornando um circo”.

Witzel é investigado pela Justiça por suspeita de participação em um esquema de corrupção na área da Saúde do estado. Para o governador, as investigações contra ele tiveram “um rigor tão excessivo que, lá na frente, será um erro que não se consegue mais consertar”.

– O que está acontecendo comigo hoje, até por ter sido um juiz federal, é de um rigor tão excessivo que, lá na frente, será um erro que não se consegue mais consertar. A procuradora da República disse que eu seria o chefe de uma organização criminosa e mostra para a imprensa uma situação gravíssima e o fato é levado para os ministros. Em uma segunda busca e apreensão, não acharam nada. Com o Edmar foram encontrados R$ 8,5 milhões em espécie, o que é muito triste. Comigo jamais encontrarão porque não existe. O processo penal brasileiro está se tornando um circo – destacou.

Já sobre o processo de impeachment, o governador disse ter certeza de que vai se chegar à conclusão de que ele não é responsável por qualquer irregularidade.

– Posso ter um espaço para falar em programas, mas o amplo direito de defesa tem que ser nos autos, perante aos ministros. É um processo técnico, onde terão condições de avaliar com documentos e provas periciais, todas as questões jurídicas para dizer se tenho que ser responsabilizado e, ao final, tenho certeza que vai se chegar à conclusão de que não tenho nenhuma responsabilidade sobre ilicitudes que foram praticadas pelo ex-secretário da Saúde Edmar Santos – apontou.

O governador afastado também criticou a “hipocrisia” de deputados que votaram pelo seu afastamento.

– Tudo tem limite, até a hipocrisia tem limite. Partidos que lutam por bandeiras tão diferentes se unem com o objetivo de derrubar o governador com um discurso que não é verdadeiro, porque a crise na Saúde do Rio de Janeiro antecede o meu governo – destacou.

Já sobre o ex-secretário de Saúde Edmar Santos, Wilson Witzel disse que não imaginava que ele estivesse envolvido com corrupção.

– Humanamente como poderia imaginar que alguém como o ex-secretário Edmar Santos estava envolvido com corrupção? Somente através das investigações que se chegou à conclusão. A única saída do Edmar era entregar um troféu. Aquilo que ele fala nas delações não se materializa. Não se encontra dinheiro, não se encontra nenhuma ordem minha de contratar empresa A ou B, e quando ele diz que contratou alguma Organização Social ele diz que falei para ele verbalmente. Fui entregue como troféu – argumentou.

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