Leiliane Lopes - 26/06/2023 22h06 | atualizado em 27/06/2023 11h15

A Prefeitura de São Caetano do Sul, em São Paulo, publicou uma cartilha com expressões consideradas racistas e suas explicações com os motivos pelas quais a população deve evitá-las.

O prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) diz, na cartilha, que o motivo do material é reverter o número crescente de casos de racismo no Brasil. Segundo ele, os números cada vez maiores de casos de preconceito racial mostram que “estamos falhando como sociedade”.

– Nos últimos anos, temos acompanhado, estarrecidos, o aumento dos casos de discriminação racial no Brasil. O Painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, mostra que, somente em 2022, foram registradas 1.663 denúncias de racismo no país; 193 a mais do que no ano anterior – comenta o político.

O material, disponível para download, será trabalhado nas escolas da rede municipal como parte da política antirracista da prefeitura. As palavras e expressões serão ensinadas de acordo com o conceito ideológico para que as crianças não as utilizem em seus vocabulários.

Entre as expressões consideradas racistas temos: “A coisa tá preta”, “a dar com pau”, “cabelo ruim”, “chuta que é macumba”, “cor de pele”, “criado-mudo”, “crioulo”, “denegrir”, “esclarecer”, “dia de branco”, “feito nas coxas”, e outras.

A explicação sobre porque a palavra “esclarecer” é racista é a seguinte:

– À primeira vista, não há nada de errado com a palavra e o seu uso; contudo, embute-se nela o racismo a partir do instante em que transmite a ideia de que a compreensão de algo só pode ocorrer sob as bênçãos da claridade, da branquitude, mantendo no campo da dúvida e do desconhecimento as coisas negras. O adequado, nessas circunstâncias, seria o uso das palavras “explicar” ou “elucidar”, por exemplo.

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