Pleno.News - 29/03/2021 17h05 | atualizado em 29/03/2021 17h09

Um dos narcotraficantes mais procurados do Paraguai, Jorge Samudio, conhecido como Samura, foi preso nesta segunda-feira (29), em Mato Grosso do Sul, em uma ação conjunta da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) paraguaia e da Polícia Federal.

Samudio, que estava foragido desde setembro de 2019, quando foi resgatado por criminosos em um ataque que culminou com um intenso tiroteio, “foi detido em uma cidade do Mato Grosso do Sul, após meses de trabalho de inteligência entre Agentes Especiais do Senad e da Polícia Federal”, informou o órgão paraguaio em nota.

A Senad lembrou que Samudio é “considerado um chefe de alto escalão da organização criminosa” que trabalhou junto com o grupo criminoso Comando Vermelho para enviar drogas ao Brasil e que foi procurado pela Justiça paraguaia de 2011 até sua prisão, em outubro de 2018.

Samura foi resgatado em 11 de setembro de 2019, em Assunção, em um “ataque ao estilo de comando” executado por “criminosos altamente armados que armaram uma emboscada quando ele estava sendo transferido do Palácio da Justiça para a Penitenciária de Emboscada”.

Na ação, faleceu o comissário da Polícia Nacional Félix Ferrari, integrante da escolta policial que guardava a van que transportava Samudio para um processo judicial.

Sua prisão no país vizinho ocorreu cinco dias após a detenção, nos arredores de Assunção, de um dos supostos integrantes do grupo que armou a emboscada.

Trata-se de Fredy Esteban González Núñez, de 24 anos, cujas impressões digitais apareceram em alguns dos objetos analisados pelos peritos após o resgate, disse aos meios de comunicação o comissário de polícia, Pedro Lesme, que participou da prisão.

Samura “possuía um grande poder aquisitivo e uma liderança com mão de ferro que incluía execuções, razão pela qual era capaz de manter uma grande infraestrutura, logística e um grande número de criminosos que estavam sob seu comando”, frisou a Senad.

As agências antidrogas atribuem a ele lucros que giram em torno de US$ 20 milhões mensais com suas operações criminosas, levando em consideração “a quantidade de drogas que estava encarregado de traficar por via aérea, operando em propriedades rurais localizadas nos departamentos de Amambay, Concepción e Alto Paraguai”, todos na fronteira com o Brasil.

A fuga de Samura causou a demissão do então Ministro da Justiça, Julio Javier Ríos, e do comandante da Polícia Nacional, Walter Vázquez.

Posteriormente, o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, reconheceu que “havia corrupção e dinheiro envolvido” naquela fuga.

Jorge Samudio havia sido preso em outubro de 2018 em uma operação antidrogas no nordeste do Paraguai, na fronteira com o Brasil.

Ele era procurado desde maio de 2011 depois de uma operação em que 370 quilos de cocaína e oito pequenos aviões foram apreendidos no departamento de Concepción.

O Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital (PCC), os dois principais grupos criminosos brasileiros, têm ramificações no Paraguai, onde controlam o tráfico de drogas e armas.

*Com informações da Agência EFE

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