Policial que matou colegas no Ceará grava vídeo após o crime
O agente Antônio Alves Dourado alega que sofria humilhações na corporação
Monique Mello - 15/05/2023 12h52 | atualizado em 15/05/2023 13h22

O policial civil Antônio Alves Dourado, que matou quatro colegas de trabalho na madrugada deste domingo (14) em Camocim, no Ceará, gravou um vídeo logo após cometer o crime. Na gravação, ele diz que está “destruído” em frente à sua casa e expõe o que seriam os motivos do ataque.
Dourado alega ter sofrido “humilhação” por parte das vítimas, o que o teria “traumatizado”.
– Perdão a todos (…). Fui humilhado, achincalhado, transformado em um lixo, perseguido, inventaram, criaram – disse.
– Maldito Adriano, te vejo no inferno. Maldito Charles, maldito Neto. Vocês são isso, eu acredito que o diabo foi conivente com a vida de vocês pra vocês repensarem tudo que são, tudo que fizeram – continuou.
Ele também citou o nome de dois delegados – Airton e Patrícia -, além de lamentar pelas famílias. O vídeo teria sido gravado antes de Dourado se entregar no quartel.
Assista:
💣💣💣CONFISSÃO! AUTOR DOS 04 ASSASSINATOS, POLICIAL DOURADO,MOSTRA RAIVA E GRAVA VÍDEO ACUSANDO SUAS VÍTIMAS E AMEAÇANDO ATÉ DELEGADA.
Sem desculpas:Justifica crimes por ter sido transferido para Delegacia de Jijoca e não ter tido apoio para seu trabalho na Delegacia de Camocim. pic.twitter.com/LpecIofKb8— Donizete Arruda (@donizetearruda7) May 14, 2023
SOBRE O CASO
O policial civil Antônio Alves Dourado estaria de folga e, depois de atirar nos colegas, teria fugido em um carro da polícia. No entanto, algum tempo depois do crime, ele abandonou o veículo e se entregou no quartel da Polícia Militar da cidade. As vítimas do ataque foram três escrivães e um inspetor da Polícia Civil.
Das quatro vítimas, três foram mortas dentro da delegacia e uma do lado de fora. O crime aconteceu na Delegacia Regional de Polícia Civil de Camocim. Segundo o secretário de Segurança, o policial que efetuou os disparos segue preso.
As vítimas foram identificadas como sendo os escrivães Antônio Claudio dos Santos, Antônio José Rodrigues Miranda e Francisco dos Santos Pereira e o inspetor Gabriel de Souza Ferreira.
O policial premeditou o crime, segundo as investigações, e pretendia matar os outros policiais que fariam o plantão.
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