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Policial contou histórias para crianças durante ação no Jacarezinho. Veja o vídeo!

Francisco Marques Pacheco queria acalmar os pequenos em meio ao confronto

Thamirys Andrade - 07/05/2021 16h42 | atualizado em 07/05/2021 18h06

policial conta histórias para crianças durante operação no Jacarezinho
Investigador Francisco Marques Pacheco conta folclores para crianças do Jacarezinho Foto: Reprodução

“Todo mundo da fazenda fez uma grande festa para poder chamar o Boi Bumba”. Foi com essas palavras que o policial civil Francisco Marques Pacheco iniciou uma historinha, a fim de acalmar um grupo de crianças dentro de uma casa, durante a operação no Jacarezinho desta quinta-feira (6).

Os agentes se encontravam na residência a fim de se abrigarem. No momento em que Pacheco compartilhava um pouco sobre o folclore brasileiro com os pequenos, ele ainda não sabia da morte do seu colega, inspetor André Frias, baleado na cabeça.

– A gente sabia que alguns colegas estavam feridos, mas sem gravidade. Ali é um momento muito sensível. Eram crianças que não sabiam o que estava acontecendo naquele momento. Apesar de morarem numa comunidade, ainda não conseguem entender toda a realidade daquele lugar – disse o policial em entrevista ao jornal O Dia.

Há mais de 10 anos na corporação, Pacheco faz parte da equipe da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e é instrutor de cursos táticos. Ele é pai de um jovem de 18 anos e diz que a história que contou às crianças é a mesma que contava ao filho, anos atrás.

– Ali foi um momento em que não pensei apenas naquelas crianças. Eu pensei no meu filho. Todo policial quer retornar em segurança e chegar em casa para contar a história do folclore para os filhos. Também somos pais e pensamos no bem-estar dos nossos filhos.

O investigador lamenta a falta de acesso à cultura em comunidades mais vulneráveis.

– Infelizmente nem todos conseguem acesso à cultura. Você chega numa operação e encontra com essas crianças vivendo em situação de vulnerabilidade. Você vai à comunidade para proteger as crianças, mas essas crianças se sentem ainda mais desprotegidas por conta dos tiros, mas o nosso papel é de trazer proteção.

OPERAÇÃO EXCEPTIS
Considerada a operação mais letal da história do estado fluminense, a Exceptis deixou dezenas de feridos e 25 pessoas mortas, entre eles um policial e 24 suspeitos. Dez pessoas foram presas. A polícia também apreendeu armas, granadas, uma munição de míssil, além de drogas e plantação de maconha.

Coordenada pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), a incursão da Polícia Civil objetivava cumprir mandados de prisão contra traficantes que estariam aliciando menores e atuando no sequestro de trens da SuperVia pela maior facção do tráfico no estado, o Comando Vermelho.

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