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Policial civil morto em operação sustentava mãe vítima de AVC

André deixa também uma esposa, que é policial civil, e um enteado de 10 anos

Paulo Moura - 09/05/2021 09h53 | atualizado em 09/05/2021 09h56

Policial civil morreu durante operação no RJ Foto: Reprodução

Morto durante operação no Jacarezinho, na Zona Norte do Rio de Janeiro, na quinta-feira (6), o policial civil André Leonardo de Mello Frias, de 48 anos, será enterrado na tarde desta sexta-feira (7). André estava casado desde 2018 com uma policial civil e tinha um enteado de 10 anos.

Além da esposa e do enteado, André deixa também a mãe, que sofreu um AVC há três anos e vive sobre uma cama, de quem ele era o responsável pelo sustento. O agente foi atingido por um tiro na cabeça pouco depois das 6h, quando começou a operação. Ele tinha acabado de descer do Caveirão, o veículo blindado da Polícia Civil.

Às 6h30, Frias chegava para ser atendido no Hospital Salgado Filho, no Méier, Zona Norte da capital, mas não resistiu aos ferimentos. O agente foi uma das 25 pessoas que morreram na operação de quinta-feira na comunidade do Jacarezinho. De acordo com a polícia, os outros 24 mortos eram traficantes.

Foto de André ao lado da mãe Foto: Reprodução

COMO OCORREU A MORTE DE ANDRÉ
A decisão de descer do Caveirão e seguir a pé pela favela aconteceu após a equipe que estava no interior do veículo se deparar com barreiras colocadas por traficantes no meio da rua. Seis policiais desceram do veículo e entraram na comunidade do Jacarezinho a pé. Assim que deixou o Caveirão, a equipe começou a ser alvo dos disparos.

Segundo a polícia, havia uma espécie de casamata, feita de concreto, com um buraco para que o criminoso coloque o fuzil e realize os disparos. Foi de lá que partiu o tiro que atingiu o policial, que era um dos últimos da fila de agentes que deixou o blindado da polícia.

– O policial baleado na cabeça foi alvejado de uma construção de concreto. Havia várias dessas na favela. Eles se planejaram. Tiveram tempo. Fizeram um bunker de defesa para atacar a polícia – contou Rodrigo Oliveira, subsecretário Operacional da Polícia Civil.

Dois policiais já estavam abrigados e um terceiro estava ferido no braço quando um disparo bateu no chão, ricocheteou e atingiu a cabeça de André Frias, que estava agachado.

– Se tivéssemos o helicóptero, com câmera e todo o suporte, talvez o policial não tivesse morrido. Talvez tivéssemos menos mortos. Porque ele protege a todos. O helicóptero diminui confronto. Com o helicóptero, há menos letalidade – destacou Ronaldo Oliveira, assessor especial da Secretaria de Polícia Civil.

QUEM ERA ANDRÉ FRIAS
André era proveniente do concurso para inspetor, realizado pela Polícia Civil do RJ em 2012. Na época, ela obteve 90 pontos no curso de formação profissional do certame, uma das melhores notas entre os participantes. Em 2018, André recebeu uma Moção de Louvor e Congratulações da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

A homenagem foi proposta pelo então deputado estadual Flávio Bolsonaro, em fevereiro de 2018. Na justificativa, Flávio afirmou que o reconhecimento foi motivado pelos serviços prestados em uma investigação policial que resultou na apreensão de 60 fuzis vindos de Miami, nos Estados Unidos, feita no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, em 1° de junho de 2017.

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