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Policiais farão ato contra Doria após anúncio de reajuste

Durante campanha, governador de São Paulo prometeu elevar salários

Ana Luiza Menezes - 01/11/2019 18h34

Governador de São Paulo, João Doria Foto: PR/Marcos Corrêa

O Sindicato dos Delegados de Polícia de São Paulo (Sindpesp) realizará, na próxima segunda-feira (4), uma mobilização contra as medidas do pacote de segurança pública anunciadas pelo governador João Doria (PSDB).

A categoria se queixa, principalmente, do reajuste salarial de 5% a partir de janeiro de 2020 que será concedido pelo estado a todo o efetivo da segurança, o que inclui policiais militares, civis e técnico-científicos e agentes de segurança, escolta e vigilância penitenciária.

As críticas têm como base o fato de que, durante a campanha, o governador prometeu elevar salários dos policiais para que ficassem entre os melhores do país. Hoje, o quadro do estado tem um dos piores vencimentos.

De acordo com ranking salarial divulgado pelo Sindpesp, a remuneração de um delegado de polícia hoje, em São Paulo, coloca a categoria em penúltimo lugar na lista que compara todos os estados, ficando atrás apenas de Pernambuco. O mesmo vale para outros cargos, como escrivão e investigador.

A remuneração de servidores da segurança é composta, além do salário-base, pela Gratificação pelo Regime Especial de Trabalho Policial (RETP), que, somados, formam o salário inicial. O aumento salarial a ser concedido representará um acréscimo de R$ 110 no salário-base de carreiras como a de investigador, no que diz respeito ao vencimento inicial, e de R$ 72 para policiais militares ingressando na área, descontados valores “extras” de frequência, como diárias.

O ato programado para a segunda-feira deverá ocorrer a partir das 14 horas, simultaneamente no Quartel General da Polícia Militar, na Delegacia-Geral e na Secretaria de Estado da Administração Penitenciária. De lá, os agentes devem seguir para a sede da Secretaria da Segurança Pública (SSP).

– Esta união é inédita. Toda a força de segurança do estado de São Paulo, a Polícia Civil e a Polícia Militar, juntamente com senadores e parlamentares, nos reunimos e deliberamos por esse grande ato – disse Raquel Kobashi, presidente do Sindpesp.

Além do reajuste, outros itens do pacote de segurança do governo, como o vale-alimentação, que será equiparado para todas as categorias, também são alvo de críticas.

– Todas as medidas estão abaixo das reais necessidades da classe. O policial civil já recebe, no máximo, R$ 240 por mês, ou seja, menos de R$ 11 por dia de trabalho de tíquete-alimentação. Como qualquer trabalhador, merece receber dignamente para que possa fazer, ao menos, uma alimentação por dia – falou Kobashi.

Durante o anúncio do pacote de medidas da segurança pública, na última quarta-feira, o vice-governador Rodrigo Garcia (DEM) afirmou que o atual governo recebeu um déficit orçamentário da gestão anterior.

– Só a Previdência estadual tem um rombo de R$ 23 bilhões. Por isso, estamos num cenário de contenção de despesas, com a extinção de secretarias, empresas estatais e gastos com folha de pagamento – disse.

Desafeto O ato do Sindpesp é apoiado pelo senador Major Olímpio (PSL-SP), que tem feito duras críticas a Doria.

O último capítulo da desavença entre os dois ocorreu em outubro, após Doria ser vaiado por policiais militares da reserva e chamá-los de “vagabundos”, durante evento em Taubaté, a 140 quilômetros de São Paulo.

O governador acusou Major Olímpio de estar por trás do ato do grupo, que trazia cartazes em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PSL).

– Vai cobrar do Major Olímpio seus ‘duzentinho’ para vir aqui falar bobagem no microfone. Vai pra casa, aposentado – disse Doria na ocasião.

Major Olímpio rebateu, dizendo não ter dinheiro para efetuar pagamentos.

– Primeiro, eu não tenho dinheiro para pagar ninguém, segundo, eu nunca precisei. Essas pessoas estão aí porque a família policial está passando necessidade. Os governos do PSDB e você, na sequência, destruíram essas pessoas. Eles não são vagabundos, não – declarou o senador em rede social.

*Folhapress

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