Gabriela Doria - 23/08/2019 22h22

A Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, que investiga a morte do pastor Anderson do Carmo, cometeu um erro de edição no conteúdo dos depoimentos da deputada federal Flordelis enviados para a imprensa. O engano resultou na criação de uma falsa contradição nos depoimentos da parlamentar, prejudicando sua imagem.

No material enviado para os jornais, é possível ver que o conteúdo do depoimento de André Luiz de Oliveira, um dos filhos de Flordelis, foi colada no meio do depoimento da mãe. Isto fez com que surgissem “duas” versões diferentes do depoimento prestado pela parlamentar.

Em seu relato, André afirmou que estava dormindo “quando foi acordado pelo barulho de tiros”. Por morar próximo a comunidades, ele não imaginou que pudesse ter acontecido algo em sua casa e por isso voltou a dormir. Depois de alguns minutos, ele escutou gritos dentro de casa e desceu para ver o que estava acontecendo. Neste momento, ele disse que viu Anderson “caído no chão da garagem com vários ferimentos”.

Esta versão foi colada por engano no meio da versão do depoimento de Flordelis, que conversou com a polícia sete horas após o crime. Em seu depoimento, a deputada afirmou que estava no quarto de um de seus filhos, conversando com o neto Ramon, no momento em que ouviu os disparos. Ela contou também que foi impedida pelos filhos de descer para ver o que tinha acontecido. Esta mesma versão foi reafirmada no depoimento seguinte.

A assessoria de imprensa da Polícia Civil reconheceu o erro e disse que isto aconteceu porque os depoimentos foram colhidos no mesmo dia.

Em nota, a deputada federal Flordelis afirmou que o “erro grosseiro” foi veiculado no RJ2, da TV Globo, e que espera uma retratação.

– Erro grosseiro no RJ2, veio à tona numa Matéria do jornal Extra do mesmo grupo. Hoje, o RJ2, da TV Globo, noticiou o que seriam contradições em meus depoimentos. Em contato com a minha assessoria de imprensa, sem explicar o conteúdo do que seria vinculado, pediram uma posição minha falando em contradições, sem afirmar quais, e reafirmei que apenas disse a absoluta verdade na delegacia. A bem da verdade, o jornal Extra acaba de desmentir o que foi vinculado. Espero que o RJ2 cumpra o seu papel de informar e conserte o erro – disse a nota.

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