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Anderson: 20% da família de Flordelis tem envolvimento

Delegado afirmou que acredita na participação de, ao menos, 11 dos 55 membros do núcleo familiar

Paulo Moura - 24/08/2020 09h07 | atualizado em 24/08/2020 14h45

Flordelis foi indiciada pela autoria da morte do marido Foto: Reprodução

O delegado Antônio Ricardo Nunes, diretor do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP), acredita que cerca de 20% da família da deputada federal Flordelis (PSD-RJ) esteja envolvida no assassinato do pastor Anderson do Carmo, que foi executado com mais de 20 tiros no dia 16 de junho de 2019.

– Temos aí 11 pessoas respondendo criminalmente, levando em conta que a família são 55, nós temos 20% da família envolvida nesse crime – afirmou o delegado após a prisão de nove pessoas, entre elas seis filhos do casal.

De acordo com a polícia, antes do assassinato a tiros, Flordelis tentou envenenar o marido pelo menos quatro vezes. O inquérito concluiu que Anderson foi morto por questões financeiras e poder na família.

– A investigação demonstrou que toda aquela imagem altruísta e de decência era apenas um enredo para alcançar a posição financeira e política. Depois que ela alcançou esse objetivo principal de chegar à Câmara dos Deputados, ela colocou em prática esse plano criminoso intrafamiliar – afirmou o delegado Alan Duarte.

Na manhã desta segunda (24), a Polícia Civil do RJ e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) tentavam cumprir 9 mandados de prisão contra suspeitos de envolvimento no crime. Segundo os investigadores, a deputada federal Flordelis é a mandante do crime. Ela não pôde ser presa por causa da imunidade parlamentar.

– Ela foi surpreendida com a nossa chegada e chorou um pouco. Tem muita gente dentro da casa – disse Antônio Ricardo.

Segundo o delegado Antônio Ricardo, a investigação da polícia chegou ao fim após um ano e dois meses. Sobre a participação dos filhos, o delegado destacou que todos tiveram a participação comprovada no decorrer da investigação.

– Chegamos a 11 pessoas que serão responsabilizadas criminalmente por esse crime. Um crime bárbaro, um crime covarde. A investigação chegou a essa conclusão – que ela planejou esse assassinato covarde contra seu ex-marido. A motivação é que ela estava insatisfeita com a forma como o pastor Anderson tocava a vida e fazia a movimentação financeira da família – destacou Antônio Ricardo.

Já com relação à participação da deputada, o delegado disse que todo o conteúdo investigado pela polícia foi encaminhado para o Tribunal Superior.

– Sabemos que o parlamentar tem a sua imunidade e ele só pode ser preso em flagrante por crime inafiançável. Então, ela responderá pelo crime também, como mandante e nós requeremos também algumas medidas cautelares diversas da prisão e depois passamos detalhes para vocês – completou o delegado.

O CASO
O pastor Anderson do Carmo foi assassinado na madrugada do último dia 16 de junho, na garagem de casa, em Pendotiba, Niterói (RJ). O laudo mostrou 30 perfurações pelo corpo, a maior parte nas costas, peito e região da virilha. Anderson era casado há 25 anos com Flordelis, pastora e deputada federal pelo Rio de Janeiro. Sempre ao lado da esposa, ele atuava como secretário-geral do PSD no Estado.

Dois filhos da pastora, Lucas dos Santos, de 18 anos, e Flávio dos Santos, de 38, estão presos desde o dia 17 de junho de 2019, um dia após o crime. Eles foram indiciados pela morte do pastor. O mais velho assumiu ter efetuado seis tiros. Lucas teria ajudado comprando a arma, mas não estaria em casa no momento dos disparos. Os agentes ainda estão investigando os pontos contraditórios.

Um terceiro filho teria afirmado, em depoimento, que não ouviu discussão, barulho de carro ou moto em fuga. Que quando chegou na cena do crime encontrou o irmão Flávio próximo ao pai, caído. Ele garantiu ainda que o celular de Anderson, que está sumido, foi entregue a Flordelis.

Ainda em depoimento, o filho disse que o pastor já recebeu uma mensagem com ameaça de morte e uma das irmãs ofereceu R$ 10 mil a Lucas para que cometesse o crime. Flordelis e três filhas já teriam colocado remédios na comida de Anderson, por isso, sua saúde estava debilitada.

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